×

"Tive diferenças de opiniões normais com Dilma"



O ainda presidente Petrobras, José Sérgio Gabrielli, concedeu entrevista exclusiva ao iG nesta segunda-feira após ser confirmado o nome da nova presidenta da companhia, Maria das Graças Foster. Ele se negou a comentar os detalhes sobre a decisão de sair da empresa estatal do petróleo. 
 
Gabrielli confirmou que ganhará um cargo no governo da Bahia, comandado pelo amigo Jaques Wagner (PT). E admitiu que teve “diferenças de opiniões” com presidenta Dilma Rousseff quando ela era ministra da Casa Civil, mas negou ter havido divergências entre os dois.
 
“Tive diferenças de opiniões normais ao longo do tempo. Mas teve muito mais convergência do que divergência”, afirmou, em entrevista ao IG.
 

iG: Como foi esta decisão? O senhor vai para o governo da Bahia?
José Sérgio Gabrielli: Eu estou indo para ajudar o governador Jaques Wagner (PT). É uma grande honra para qualquer baiano. Vou trabalhar no governo.
iG: O senhor já sabe que secretaria vai ocupar?
Gabrielli: Não sei ainda. É o governador que está decidindo.
iG: O que o senhor achou do anúncio da sua substituta, Maria das Graças Foster?
Gabrielli: É uma excelente profissional, diretora da companhia. Ela tem um amplo conhecimento da companhia. Vai dar continuidade às ações que a companhia tem feito. No crescimento, no desenvolvimento dos enormes recursos que tem. E no fortalecimento do sistema Petrobras.
iG: O senhor combinou no ano passado que deixaria o comando da Petrobras agora?
Gabrielli: Combinei com a presidenta Dilma que concluí um ciclo. Eu estou há nove anos na companhia. Sou o presidente mais longevo. Na história da Petrobras não tem um presidente que ficou tanto tempo (desde 2005).
iG: Mas a sua saída foi combinada no ano passado ou agora?
Gabrielli: Esses são detalhes que eu não vou comentar.
iG: Qual é o principal legado da sua gestão à frente da Petrobras?
Gabrielli: Eu acho que tem três características importantes. Primeiro o fortalecimento do sistema Petrobras, que estava fragmentado e fragilizado. O segundo foi ter modificado a forma de gestão da companhia, que agora é mais integrada. O terceiro foi a renovação da força de trabalho na companhia. Nós intensificamos os processos de concurso. Agora mais da metade dos trabalhadores da companhia tem menos de 10 anos de empresa. Por fim, eu diria que é o grau de crescimento que nós temos. A integração que nós temos com a rede de fornecedores. Nós montamos redes temáticas no País inteiro que vão tratar de questões tecnológicas. Identificamos gargalos em vários segmentos importantes da indústria nacional.
iG: O senhor acredita que Maria das Graças Foster vai dar sequência?
Gabrielli: Ela é uma profissional que conhece a companhia.
iG: No entanto, algumas lideranças do PT não gostaram da sua saída da Presidência da Petrobras e da entrada de uma dirigente que não tem ligação com o partido. Interpretaram como uma derrota do PT a perda. Como o senhor avalia isso?
Gabrielli: Acho que não é nenhuma derrota. Estou saindo para um projeto para o governo da Bahia, cujo governador é do PT.
iG: Mas os petistas gostariam que a Presidência da Petrobras permanecesse sob o comando de um integrante do partido. E Maria Foster não tem ligação partidária.
Gabrielli: Isso não é uma questão. Ela tem ligação com a presidenta Dilma e é uma excelente profissional da companhia. Ela tem todos os requisitos.
iG: A sua saída da Petrobras foi acertada no fim de semana ou antes?
Gabrielli: Já estava acertado, mas não vou entrar em detalhes sobre isso. Já estava acertado há algum tempo.
iG: E o senhor está animado para compor o governo da Bahia? Será candidato em 2014?
Gabrielli: Eu vou ainda para Davos (Fórum Econômico Mundial) hoje. Eu só volto domingo que vem. Depois eu vou para Bahia para trabalhar no governo. Nada além disso. Vou ajudar o governador Jaques Wagner.
iG: O senhor foi candidato a governador da Bahia em 1990 e perdeu para Antônio Carlos Magalhães. Acredita que agora será mais fácil ao ser apoiado pelo governador Jaques Wagner?
Gabrielli: 2014 está muito longe ainda.
iG: E a prefeitura de Salvador, agora em 2012, há hipótese de o senhor disputar?
Gabrielli: Com certeza não.
iG: O senhor falou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
Gabrielli: Falei com ele. Várias vezes falei com ele sobre isso (ir para o governo da Bahia).
iG: Qual a diferença que o senhor sentiu entre o presidente Lula e a presidenta Dilma na relação do governo com a Petrobras?
Gabrielli: Acho que há continuidade. A presidenta Dilma foi presidente do Conselho da Petrobras. Por isso muita coisa era conversada por intermédio dela.
iG: Quando era ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil, o senhor chegou a ter divergências com ela?
Gabrielli: Não tem nenhuma divergência. Tive diferenças de opiniões normais ao longo do tempo. Mas teve muito mais convergência do que divergência.

Autor: ,postado em 24/01/2012


Comentários

Não há comentários para essa notícia

Mande uma Resposta

Arquivos

  • Abril de 2024
  • Março de 2024
  • Fevereiro de 2024
  • Janeiro de 2024
  • Dezembro de 2023
  • Novembro de 2023
  • Outubro de 2023
  • Setembro de 2023
  • Agosto de 2023
  • Julho de 2023
  • Junho de 2023
  • Maio de 2023
  • Abril de 2023
  • Março de 2023
  • Fevereiro de 2023
  • Janeiro de 2023
  • Dezembro de 2022
  • Novembro de 2022
  • Outubro de 2022
  • Setembro de 2022
  • Agosto de 2022
  • Julho de 2022
  • Junho de 2022
  • Maio de 2022
  • Abril de 2022
  • Março de 2022
  • Fevereiro de 2022
  • Janeiro de 2022
  • Dezembro de 2021
  • Novembro de 2021
  • Outubro de 2021
  • Setembro de 2021
  • Agosto de 2021
  • Julho de 2021
  • Junho de 2021
  • Maio de 2021
  • Abril de 2021
  • Março de 2021
  • Janeiro de 2021
  • Dezembro de 2020
  • Novembro de 2020
  • Outubro de 2020
  • Setembro de 2020
  • Agosto de 2020
  • Julho de 2020
  • Junho de 2020
  • Maio de 2020
  • Abril de 2020
  • Março de 2020
  • Fevereiro de 2020
  • Janeiro de 2020
  • Dezembro de 2019
  • Novembro de 2019
  • Outubro de 2019
  • Setembro de 2019
  • Agosto de 2019
  • Julho de 2019
  • Junho de 2019
  • Maio de 2019
  • Abril de 2019
  • Março de 2019
  • Fevereiro de 2019
  • Janeiro de 2019
  • Dezembro de 2018
  • Novembro de 2018
  • Outubro de 2018
  • Setembro de 2018
  • Agosto de 2018
  • Julho de 2018
  • Junho de 2018
  • Maio de 2018
  • Abril de 2018
  • Março de 2018
  • Fevereiro de 2018
  • Janeiro de 2018
  • Dezembro de 2017
  • Novembro de 2017
  • Outubro de 2017
  • Setembro de 2017
  • Agosto de 2017
  • Julho de 2017
  • Junho de 2017
  • Maio de 2017
  • Abril de 2017
  • Março de 2017
  • Fevereiro de 2017
  • Janeiro de 2017
  • Dezembro de 2016
  • Novembro de 2016
  • Outubro de 2016
  • Setembro de 2016
  • Agosto de 2016
  • Julho de 2016
  • Junho de 2016
  • Maio de 2016
  • Abril de 2016
  • Março de 2016
  • Fevereiro de 2016
  • Janeiro de 2016
  • Dezembro de 2015
  • Novembro de 2015
  • Outubro de 2015
  • Setembro de 2015
  • Agosto de 2015
  • Julho de 2015
  • Junho de 2015
  • Maio de 2015
  • Abril de 2015
  • Março de 2015
  • Fevereiro de 2015
  • Janeiro de 2015
  • Dezembro de 2014
  • Novembro de 2014
  • Outubro de 2014
  • Setembro de 2014
  • Agosto de 2014
  • Julho de 2014
  • Junho de 2014
  • Maio de 2014
  • Abril de 2014
  • Março de 2014
  • Fevereiro de 2014
  • Janeiro de 2014
  • Dezembro de 2013
  • Novembro de 2013
  • Outubro de 2013
  • Setembro de 2013
  • Agosto de 2013
  • Julho de 2013
  • Junho de 2013
  • Maio de 2013
  • Abril de 2013
  • Março de 2013
  • Fevereiro de 2013
  • Janeiro de 2013
  • Dezembro de 2012
  • Novembro de 2012
  • Outubro de 2012
  • Setembro de 2012
  • Agosto de 2012
  • Julho de 2012
  • Junho de 2012
  • Maio de 2012
  • Abril de 2012
  • Março de 2012
  • Fevereiro de 2012
  • Janeiro de 2012
  • Dezembro de 2011
  • Novembro de 2011
  • Outubro de 2011
  • Setembro de 2011
  • Maio de 2011
  • Março de 2011
  • Agosto de 2010
  • Janeiro de 2006
  • Dezembro de 0
  • Publicidade