Especialistas avaliam os impactos da Copa do Mundo sobre a economia

A Copa do Mundo está em sua metade e, apesar das polêmicas que envolveram sua realização no Brasil, observa-se que alguns aspectos continuam não sendo tão claros.
A análise é do professor da FGV Pedro Trengrouse, coordenador do curso promovido pela Fundação e pela FIFA em Gestão, Marketing e Direito no Esporte . “Alguns ufanistas acreditam que a Copa irá transformar o país para melhor, enquanto outros a tratam como a principal fonte dos problemas que o Brasil possui há décadas. Existem extremismos de ambos os lados”, afirma.
Trengrouse explica que para se falar dos impactos do mundial de futebol, é necessário compreender que a matriz de investimento do país não cumpriu as expectativas. “Digo isso porque todos os estudos levaram em conta a matriz de investimento apresentada em 2010 pelo governo”, justifica.
Entretanto, para o professor, até o momento presente diversas obras de infraestrutura e mobilidade urbana saíram e entraram na matriz, com orçamentos que variam muito. “Sendo assim, essa matriz não se concretizou como estava prevista e, consequentemente, a estimativa dos impactos que foram feitas acabam não sendo confiáveis”, ressalta.
Sobre o legado que o mundial deixará, Trengrouse diz que só se pode considerar como herança aquilo que a Copa realmente trouxer e não o que já tínhamos. Segundo ele, a exposição do país perante o mundo e o aumento nas reservas aéreas internacionais no período dos jogos — que aumentou 60% se comparado ao mesmo período do ano passado — pode ser considerado um efeito direto da Copa.
O outro lado da moeda fica por conta do comércio. De acordo com Clube de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-RJ), haverá um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões. “Tanto por conta dos feriados como pelo perfil do turista que vem às cidades para ver os jogos. Esse turista faz o perfil mochileiro, não consome tanto quanto o turista que vem em outras épocas do ano”, conclui.
Preços
Para o economista do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE) André Braz, o efeito que a Copa do Mundo terá sobre os preços é relevante agora, mas tem prazo de validade.
Segundo ele, da mesma forma que os preços avançaram com o início do evento, tendem a recuar após o seu final. “A demanda por serviços irá cair com o retorno dos torcedores para suas regiões ou países de origem. Não há como a Copa depositar efeito relevante e permanente na inflação”.
Braz ainda aponta que, em comparação com o mesmo período de 2013, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve aumento de 0,29% na primeira semana de junho, 0,33% na segunda e manteve o mesmo resultado na terceira.
A alimentação fora de casa foi um dos itens que tiveram maior aumento: 0,48% na primeira semana, 0,63% na segunda e 1,20% na terceira. Hotéis ficaram com 3,39% na primeira semana, 6,06% na segunda e apresentaram queda na terceira com 5,59%.
A Copa do Mundo está em sua metade e, apesar das polêmicas que envolveram sua realização no Brasil, observa-se que alguns aspectos continuam não sendo tão claros.
A análise é do professor da FGV Pedro Trengrouse, coordenador do curso promovido pela Fundação e pela FIFA em Gestão, Marketing e Direito no Esporte . “Alguns ufanistas acreditam que a Copa irá transformar o país para melhor, enquanto outros a tratam como a principal fonte dos problemas que o Brasil possui há décadas. Existem extremismos de ambos os lados”, afirma.
Trengrouse explica que para se falar dos impactos do mundial de futebol, é necessário compreender que a matriz de investimento do país não cumpriu as expectativas. “Digo isso porque todos os estudos levaram em conta a matriz de investimento apresentada em 2010 pelo governo”, justifica.
Entretanto, para o professor, até o momento presente diversas obras de infraestrutura e mobilidade urbana saíram e entraram na matriz, com orçamentos que variam muito. “Sendo assim, essa matriz não se concretizou como estava prevista e, consequentemente, a estimativa dos impactos que foram feitas acabam não sendo confiáveis”, ressalta.
Sobre o legado que o mundial deixará, Trengrouse diz que só se pode considerar como herança aquilo que a Copa realmente trouxer e não o que já tínhamos. Segundo ele, a exposição do país perante o mundo e o aumento nas reservas aéreas internacionais no período dos jogos — que aumentou 60% se comparado ao mesmo período do ano passado — pode ser considerado um efeito direto da Copa.
O outro lado da moeda fica por conta do comércio. De acordo com Clube de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-RJ), haverá um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões. “Tanto por conta dos feriados como pelo perfil do turista que vem às cidades para ver os jogos. Esse turista faz o perfil mochileiro, não consome tanto quanto o turista que vem em outras épocas do ano”, conclui.
Preços
Para o economista do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE) André Braz, o efeito que a Copa do Mundo terá sobre os preços é relevante agora, mas tem prazo de validade.
Segundo ele, da mesma forma que os preços avançaram com o início do evento, tendem a recuar após o seu final. “A demanda por serviços irá cair com o retorno dos torcedores para suas regiões ou países de origem. Não há como a Copa depositar efeito relevante e permanente na inflação”.
Braz ainda aponta que, em comparação com o mesmo período de 2013, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve aumento de 0,29% na primeira semana de junho, 0,33% na segunda e manteve o mesmo resultado na terceira.
A alimentação fora de casa foi um dos itens que tiveram maior aumento: 0,48% na primeira semana, 0,63% na segunda e 1,20% na terceira. Hotéis ficaram com 3,39% na primeira semana, 6,06% na segunda e apresentaram queda na terceira com 5,59%.
Autor: ,postado em 03/07/2014
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