“Eu acredito”: torcida repete canto do milagre de Victor para Julio Cesar

A metade alvinegra da torcida mineira resgatou um grito da Libertadores do ano passado para empurrar o Brasil diante do Chile, neste sábado, no Mineirão. “Eu acredito”, o mantra repetido à exaustão no título continental conquistado pelo Galo, foi resgatado durante a prorrogação e ecoou nas disputas por pênaltis. E Julio Cesar, com o amuleto da sorte do reserva Victor, brilhou na hora H, com duas defesas em chutes de Pinilla e Sánchez.
Julio Cesar, aliás, soube como mexer com a torcida. Antes dos pênaltis, pediu para que os brasileiros passassem a gritar para apoiar o time, apontando os chilenos, como se estivesse querendo dizer “vejam o que eles estão fazendo, precisamos fazer mais barulho”.

E, de fato, a pequena torcida chilena incomodou em vários momentos do jogo, principalmente com seu cântico característico, o “Chi-chi-chi, Lê-lê-lê, viva, Chile!”
Os brasileiros rebatiam emendando o mesmo cântico, mas terminando com um palavrão. Esse clima de rivalidade, aliás, foi visto pela primeira vez num jogo do Brasil nesta Copa, o que gerou alguns momentos de tensão – o principal deles no momento do Hino do Chile, quando os chilenos cantaram à capela e sendo vaiados pelos brasileiros. Os torcedores de vermelho atrás do gol defendido por Julio Cesar no primeiro tempo se exaltaram e bateram boca com os de amarelo. A segurança precisou intervir.
O gol de David Luiz, aos 18 minutos de jogo, deixou a torcida brasileira ainda mais confiante. Mas, aos poucos, o Chile foi equilibrando a partida, e, no momento do empate, o espanhol já era o idioma mais gritado nas arquibancadas. O público total foi de 57.714 pessoas, pouco abaixo do registrado em Inglaterra 0 x 0 Costa Rica (57.823) e atrás também da final da Libertadores do ano passado, entre Atlético-MG e Olimpia (58.620).

Novas músicas não empolgam
Papéis com sugestões de músicas para a torcida foram distribuídos antes do jogo. Adaptações das canções Seven Nation Army (do White Stripes) e Brasília Amarela (dos Mamonas Assassinas), já usadas no Brasil pela torcida do Internacional, por exemplo, não chegaram a empolgar. E o grito de "Sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor” foi apenas murmurado, sem fazer ninguém levantar da cadeira. Alguns jogadores chegaram a ser vaiados, como Fred e Daniel Alves.
Foi aí que surgiu o “Eu acredito”. Quando o Chile mais pressionava, os torcedores no Mineirão, finalmente, abraçaram um único grito. Até mesmo cruzeirenses entraram na onda – todos pelo Brasil. Deu certo. Julio Cesar se agigantou. E o Brasil despachou on Chile nos pênaltis.

Ocorrências no estádio
Após o jogo, a Polícia Militar fechou o balanço do número de ocorrências dentro do estádio. Houve 12 ocorrências por furtos de ingressos e pertences, uma ocorrência por vias de fato e uma ocorrência de perda de documentos. Na ocorrência de vias de fato, ou seja, briga, houve apenas uma pessoa com hematoma na face por conta de um soco.
Ocorrências no Departamento Médico do Mineirão
Quatro torcedores chegaram ao centro médico do estádio com suspeita de infarto.
Houve ainda o caso de uma torcedora que levou uma "copada" na cabeça. A grande maioria dos atendimentos, porém, foi relacionada ao alto índice de bebida ingerida. De acordo com os médicos, foram feitos, em média, cerca de dez atendimentos em cada um dos oito postos do Mineirão.
Problemas no estádio
Além das longas filas para a compra de comida, o Mineirão apresentou uma cena inusitada: goteiras se formaram no teto do anel inferior das cadeiras, entre os blocos 122 e 121. Elas eram formadas por líquidos que caíam no chão do anel superior e escorriam para determinados pontos, e não por infiltração.

A educação foi uma questão à parte em alguns pontos das cadeiras do estádio. Muitos torcedores não permaneciam sentados e passaram praticamente toda a partida em pé, o que causou um efeito dominó em quem sentava atrás.
O cigarro, proibido no interior do estádio, era visto em diversos pontos das cadeiras, o que causou desconforto entre os torcedores, com o clima ficando tenso em certas ocasiões. Os ‘stewards’, a segurança particular do estádio, foram chamados a agir, e os fumantes, a contragosto, apagaram os cigarros.
No geral, porém, a avaliação do estádio foi positiva, com lanchonetes bem abastecidas e banheiros sendo limpos constantemente.Autor: ,postado em 28/06/2014
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