Secopa, Unicef, Cedeca e ABPM lançam “ A infância entra em campo

Obra apresenta diagnóstico sobre riscos e oportunidades na caminhada em busca da carreira de jogador de futebol
No caminho entre a casa e a fama nos gramados, quais as reais chances e principais desafios enfrentados pelos jovens atletas? O sonho de ser jogador de futebol pode ser realizado ou transformado em pesadelo? Esporte educacional ou de rendimento?
Estas são algumas das perguntas que a obra “A Infância entra em Campo: Riscos e Oportunidades para Crianças e Adolescentes no Futebol” busca responder. Com o intuito de compreender o universo vivido pelos atletas que sonham em ser jogadores de futebol, a Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 (Secopa-BA) promoveu uma pesquisa com os principais atores que compõem este cenário e o resultado do levantamento foi divulgado hoje (15), na Arena Fonte Nova.
“Divulgamos mais do que um livro, mas do que um o diagnóstico. A Copa do Mundo tem sido discutida sobre quais as obras de concreto ficarão prontas, mas hoje mostramos outra obra que ficou pronta, uma obra intangível e que vai além da copa do espetáculo. Mostramos que é possível aproveitar a passagem deste evento para produzir resultados. Este é o momento mais representativo que estou vivendo desde que assumi a secretaria. Estamos construindo um resultado duradouro, definitivo. Vamos em frente em defesa de nossa juventude”, comenta Ney Campello.
Através de uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef - Brasil), o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca – Ba) e a Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP), a Secopa escutou, no período de dois meses 40 pessoas, entre atletas, técnicos, dirigentes de futebol, empresários e familiares dos garotos e garotas. Ao todo foram dois anos de trabalho.
“Em 2012, o Cedeca já estava preocupado com algumas denúncias de abusos que eram cometidos contra estes meninos. A partir daí, vimos na realização da Copa do Mundo um cenário propicio para chamar atenção sobre estes assuntos e, por isso, a parceria com a Secopa foi tão necessária e importante”, destaca a coordenadora do projeto pelo Cedeca, Maria Aparecida de Roussan.
Entre os principais problemas enfrentados no caminho até a carreira profissional, diagnosticados pelo levantamento, a partir das percepções relatadas pelos entrevistados, destaca-se, a afastamento da educação regular, profissionalização precoce, exploração e abuso sexual, ameaça à saúde e a integridade física, lesões causadas por sobrecarga nos treinos e exploração econômica.
O lançamento: A obra foi apresentada para a sociedade na manhã de hoje, na Arena Fonte Nova. O evento de lançamento contou com a participação de representantes dos diversos seguimentos envolvidos no universo do futebol. Na Mesa de abertura, além do Secretário Ney Campello, participaram, representantes do Cedeca, do Unicef, da ABPM, da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA), da 1ª Vara da Infância e da Juventude e dois jogadores profissionais, Fahel, do Bahia, e Mauri, do Vitória.
Fahel lembrou de seus tempos como juvenil. Ele contou em sua apresentação que, ao mudar-se para jogar na divisão de base, sua mãe optou por acompanhá-lo, fato que trouxe mais tranquilidade para sua formação. “Lá em casa éramos quatro filhos e sonhávamos em ser jogadores de futebol. Por ser professora, minha mãe não permitiu que deixássemos os estudos de lado e, como apenas eu continue na carreira, isso foi fundamental para meus três irmãos que hoje têm suas formações acadêmicas e outras profissões”, conta.
O jogador comentou ainda que o estudo é fundamental para todos. “Mesmo para mim que sou profissional, é necessário estudar, pois a carreira é curta e, por isso, pretendo me formar em educação física. Para mim, a escola deve andar ao lado do sonho de ser jogador de futebol”, finaliza.
Na plateia, dirigentes de clubes, atletas da divisão de base do Vitória e do Bahia, familiares dos jovens jogadores, além de representantes de Organizações Não Governamentais (ONG´s), de órgãos fiscalizadores, e de secretarias estaduais.
No turno da tarde, os presentes participaram de um debate entre técnicos do assunto com o intuito de fortalecer a discussão sobre as questões abordadas no levantamento.
“Chegamos à conclusão que este não é um problema de apenas um ator, é um de todos nós. Hoje iniciamos o debate, mas precisamos começar a dialogar com toda a sociedade e juntos promovermos uma aliança. Como passo seguinte, o Unicef vai lançar o projeto ‘Meu time é nota 10’, esta iniciativa prevê estimular os times a fazerem um auto diagnostico e a partir daí elaborarem um plano de ações com foco na resolução destas questões”, anuncia Casemira Benge, Chefe da área de proteção da Unicef.
O livro está disponível à sociedade e pode ser acessado em http://bit.ly/1eLNklu.
Ascom SECOPA
Cristiana NeryJornalista da Assessoria de Comunicação
Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014
Autor: ,postado em 16/04/2014
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