Eleições no Vitória: oposição tenta nova ação, mas clube minimiza

Apesar de uma decisão inicial da Justiça ter considerado que o processo eleitoral do Vitória está dentro das normas, a oposição não jogou a toalha e segue tentando comprovar irregularidades no pleito. Desta vez, o grupo de sócios ligados ao grupo Vitória Século 21 questiona a inexistência da ata que elegeu os atuais conselheiros e pede a suspensão do processo eleitoral.
- Verificamos no cartório que não houve registro da ata que elegeu o atual conselho. Essa ata não existe. A lei de registros públicos obriga que associações como o Esporte Clube Vitória registrem suas atas nos cartórios. Conseguimos juntos ao cartório do Primeiro Ofício, que é onde toda a vida do Vitória está registrada, que essa ata não existe. Temos posse de uma certidão que comprova isso e que, inclusive, foi anexada na ação que entramos na Justiça – contesta o advogado e membro do grupo Vitória Século 21, Bruno Torres.
Ainda na visão do grupo oposicionista, o fato do atual conselho ser irregular obrigaria a Justiça a decretar uma intervenção judicial no clube, situação semelhante a que aconteceu no Esporte Clube Bahia, maior rival do Rubro-Negro baiano.
- Esse conselho está todo irregular. Não pode sequer convocar eleições. Por conta desses irregularidades, pedimos a suspensão das eleições. Só que diante disso, o conselho que está aí irregular só pode ficar até o dia 15. Com isso, a Justiça ficaria obrigada a decretar uma intervenção judicial no clube. O único registro sobre as atas do processo eleitoral que aparece é o da reunião de eleição de diretoria executiva, no caso do presidente e do vice. E ainda assim, não há uma assinatura na ata. Que tipo de ata é essa? – questiona Torres.
De acordo com o advogado, a ação já foi recebida pela juíza Rita de Cássia Ramos de Carvalho, da 8ª Vara dos Feitos de Rel. de Cons., Cível e Comerciais, mesma magistrada que considerou legal o pleito.
- Ela recebeu a ação e se reservou ao direito de apreciar o processo, apenas, depois que o Vitória se manifestar – disse.

Diretor jurídico minimiza ação
Do lado do Vitória, o clima é de tranquilidade. O diretor Jurídico do clube, Raimundo Viana, que também assessora o processo eleitoral, crê que a medida é mais uma “justificativa” da oposição para tentar atrapalhar o pleito.
- Agora eles alegam que a eleição do atual conselho não foi registrada. Para que? O que isso tem a ver com o novo conselho? Eu acho que é um desserviço tentar judicializar um processo tão transparente e já considerado assim pela Justiça. O Vitória ainda não foi citado, mas já sabemos da existência desse processo. Temos um prazo para nos manifestar, depois que nos citarem – disse Viana ao GloboEsporte.com.
O diretor lamentou que o processo ocorra em um momento que, segundo ele, deveria ser do clube unir forças para alcançar o G-4 e a sonhada vaga na Libertadores.
- Mais entristecedor é que o Vitória está em um grande momento no campeonato, tentando chegando ao G-4 com uma campanha belíssima. E essa liderança da oposição? Quem são? Não se sabe se é João, José, Maria. Ficam tentando criar justificativas para atrapalhar o processo. Não tiveram competência de montar a chapa. Quem sou eu para dar dica a ninguém, mas eu acho que se você quer saber quem faz parte da instituição vai lá para a porta saber se é sócio, se não é, se tem interesse em participar da chapa. Agora imagine se divulgam a lista de todos os funcionários do GloboEsporte.com com e-mail, endereço, CPF..que inferno não seria a vida de vocês? Por isso, a Justiça entendeu que fizemos o certo divulgando apenas os nomes – disse Viana, lembrando o triunfo da diretoria quando a Justiça considerou que a lista divulgada pelo clube era suficiente para montagem das chapas.

O dirigente ainda minimizou a ação oposicionista, dizendo que a preocupação do Vitória é com o adversário na próxima rodada.
- Não há temor algum! Nosso único temor é o Criciúma, que precisa vencer para escapar do rebaixamento. Além da renovação com esses atletas que caíram no gosto da torcida. No restante é isso. Lamentamos profundamente que o clube passe por isso em um momento tão bom. Todas as providências estão sendo tomadas para fazer uma eleição que respeite qualquer manifestação, desde que dentro da lei – disse.
Entenda o caso
No começo do mês de novembro, o Vitória divulgou, através do seu site oficial, o encerramento das inscrições das chapas para o Conselho Deliberativo do clube. De acordo com o presidente da Comissão Eleitoral do Vitória, Nilton Almeida Filho, apenas uma chapa foi inscrita: a 13 de Maio, encabeçada por José Rocha e Silvoney Sales. A dupla tenta a segunda reeleição na liderança do Conselho, que será eleito no próximo dia 6 de dezembro, data divulgada pelo Rubro-Negro para realização das eleições. O grupo eleito será o responsável por apontar, dias depois, o novo presidente do clube baiano para os próximos três anos.
No entanto, no começo de outubro, os sócios do Vitória Guilherme Portnoi, João Werther Cordeiro Da Silva, Genivaldo Da Silva Lopes, Filipe Garrido Blanco e André Silva Dos Santos haviam entrado com uma ação na Justiça pedindo que o clube protocolasse ao processo uma lista com os sócios aptos a votar, junto com seus dados cadastrais. O grupo, que discorda das regras eleitorais impostas, tinha o objetivo de ter acesso à lista para compor 350 nomes da chapa para o Conselho Deliberativo. Diante disso, uma relação com mais de nove mil nomes foi divulgada na internet pelo clube, no fim de outubro, mas foi contestada pelo grupo de oposição.Autor: ,postado em 21/11/2013
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