Cielo: "Pronto para qualquer desafio"

Cesar Cielo voltou do Campeonato Mundial de esportes aquáticos disputado em Barcelona, na Espanha, com feitos inéditos. É o primeiro tricampeão da história nos 50 m livre , com 21s32, melhor tempo depois dos trajes tecnológicos, e também é bicampeão nos 50 m borboleta. E isso 10 meses após passar por cirurgias nos dois joelhos.
“Esse Mundial foi mais para me dizer que eu estava de volta e que estou pronto para encarar qualquer desafio. Foi sem dúvida o momento mais emocionante da minha carreira. Acho que realizado é a palavra para esse momento”, afirma o nadador em entrevista coletiva nesta quarta-feira em São Paulo.
Cielo explicou que a ideia do Mundial era ver a evolução dos joelhos e conseguir tempos melhores do que os mostrados no Troféu Maria Lenk, no final de abril. E na primeira prova, ouro nos 50 m borboleta. “Ali eu já tive a sensação de dever cumprido dentro de mim”, comenta.
Para melhorar, ouro também nos 50 m livre, depois de ter avançado para a decisão com o terceiro tempo. “A final foi uma surpresa. Foi a prova que tecnicamente mais consegui encaixar os treinos na competição”, diz Cielo. E no pódio, o nadador não segurou o choro e a plateia o apoio. “Eu não esperava isso. Achava que eles fossem parar ou que eu fosse parar de chorar também. Mas eu não sei buscar os meus objetivos de outra forma se não essa. É sempre tudo ou nada. Acho que foi a prova e o pódio mais emocionantes da minha vida”, lembra.
Com a prova em Barcelona, Cesar Cielo, que ainda é dono do recorde mundial dos 50 m livre com 20s91 dos tempos dos “super maiôs”, recuperou o melhor tempo da temporada com 21s32. E isso fez ele reviver um sonho de criança. “É muito louco isso. Quando era garoto, com 13 ou 14 anos, meu sonho era ser o melhor do mundo nem que fosse por dia. Nem isso, poderia durar cinco segundos, mas eu queria ser o mais rápido”, conta o nadador. Agora, com o objetivo conquistado mais uma vez, nada de relaxar. “É muito bom, mas é um desafio constante. Se vir um cara nadando 21s02, vou querer conseguir também”.
Volta aos 100 m livre
Cesar Cielo é hoje o dono das provas mais rápidas, mas também foi ouro em Mundial nos 100 m livre e é dele até hoje o recorde mundial na distância. O brasileiro não descarta voltar para a prova.
“A gente (Cielo e o técnico) ainda não conversou sobre isso. Acho que dentro da agenda do Mundial eu sigo com as provas de 50 m. Acho que dificilmente vai mudar alguma coisa. Mas pretendo nadar os 100 m livre mais para frente, com certeza voltado mais para revezamento do que para prova individual. Mas se der para nadar também o individual, por que não?”, afirma.
O técnico do nadador Scott Goodrich prefere não influenciar Cesar Cielo sobre a volta aos 100 m livre. "Vamos conversar e ver o que ele quer fazer, mas isso é decisão dele. Ele é grande o bastante para saber como tomar as decisões", afirma Goodrich, que dá crédito ao seu atleta: "Acho que ele pode fazer o que colocar na cabeça que vai fazer".
A ideia de Cielo é conciliar os treinos e não se adiantar em qualquer decisão. “Procuraria nadar os 100 m livre dentro do treinamento que a gente vem fazendo, controlando energia e achando um nado confortável. Futuramente eu quero nadar o revezamento principalmente no Pan-Americano e na Olimpíada. Mas acho que é passo a passo. É voltar a nadar os 100 m livre, ver como está e tomar as nossas decisões”, completa.
Férias da piscina
Qualquer decisão sobre as provas não será tomada imediatamente. O tempo agora será de descanso para Cesar Cielo. Ele vai tirar duas semanas de folga das piscinas e seguir apenas com a parte muscular para completar a recuperação das cirurgias nos joelhos.
“Sinceramente eu não queria. Queria voltar a treinar já. Quando cheguei ao Brasil, estava me sentindo leve e disse que queria só cair na piscina para ver como seria. Mas o Scott (Goodrich , técnico de Cielo) não deixou”, confessa. “Na natação tem que ter vontade e agora o momento é parar um pouco para sentir falta da água para voltar com a motivação lá em cima e ir bem até as Olimpíadas de 2016”, complementa.
Apesar de ainda faltar três anos, os Jogos do Rio de Janeiro já estão na cabeça do nadador, que faz uma previsão: “Em 2016 eu não quero ser o melhor atleta do Brasil nas Olimpíadas, quero ser o mais rápido”.
Autor: ,postado em 08/08/2013
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