Um ano após o bronze, Yane sofre para conseguir patrocínios no pentatlo

Era o último dia dos Jogos Olímpicos de Londres. O Brasil deixava a capital britânica com 16 medalhas, superando o recorde de pódios em uma edição. Porém, no apagar da chama olímpica, deu tempo para a pernambucana Yane Marques conquistar o bronze em um esporte que até então pouca gente conhecia, o pentatlo moderno. Recebida com festa em seu estado natal, viu o reconhecimento do público aumentar. Se antes havia dúvida sobre o nome do esporte que ela praticava, desde o 17º pódio brasileiro em Londres o pentatlo moderno saiu da obscuridade.
- Antes as pessoas que me reconheciam ficavam na dúvida sobre o nome do meu esporte. Hoje, quando abordada nas ruas, sou Yane Marques que faz aquele esporte bem difícil, o pentatlo moderno. Assim as pessoas falam – diz, orgulhosa.

Um reconhecimento que não foi traduzido em novos patrocínios. Com o feito em Londres, Yane esperava atrair o apoio de empresas privadas. O que não aconteceu. Ela segue, então, dependendo da ajuda do Bolsa Atleta do Ministério do Esporte de R$ 3.100 e o soldo de terceiro sargento como atleta militar de R$ 2.300. Também continua contando com a ajuda do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) no custeio de viagens e em testes científicos para aprimorar o seu desempenho.
Com o objetivo principal de não depender apenas de apoio público, a pernambucana assinou contrato recentemente com uma empresa de marketing esportivo que vai gerir a sua carreira.
Um dos primeiros trabalhos desenvolvidos foi a criação da marca da pentatleta. No ranking mundial, Yane se mantém entre as melhores – atualmente é a quinta colocada. Desde Londres vem alcançando bons resultados, como o terceiro lugar da etapa da Copa do Mundo nos Estados Unidos, em fevereiro, e os títulos do Campeonato Pan-Americano, em outubro do ano passado, e da Copa Kremlin, na Rússia, em junho deste ano.
No intervalo dos treinos e competições, Yane finaliza o curso de Educação Física. O tema da sua monografia no Centro Universitário Mauricio de Nassau, em Recife, é a história do pentatlo moderno, claro. Os estágios em academias de ginástica terminaram. No final do ano ela espera entregar a sua monografia de fim de curso para se tornar professora. O que já começou foi a preparação visando os Jogos Olímpicos de 2016, que deverá marcar o final de sua carreira esportiva aos 32 anos.
- Minha preparação está sendo feita dentro dos mesmos padrões de Londres. Tudo muito bem planejado e pensado na tentativa de minimizar os erros. Pretendo chegar em 2016 na melhor condição física possível. Acredito, sim, que posso estar em condições de brigar por medalha, como estive em Londres. Por isso sigo me dedicando ao pentatlo e tenho isso como prioridade para a minha vida.
Autor: ,postado em 31/07/2013
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