Vítimas da Fonte Nova podem ser homenageadas em nova arena
A tragédia da Fonte Nova, que resultou na morte de sete torcedores do Bahia em 2007, é uma cicatriz que permanece aberta. E não deve ser esquecida tão cedo. Com a Arena Fonte Nova construída e entregue ao governo nesta sexta-feira, o presidente do consórcio, Frank Alcântara, confirmou a intenção de prestar uma homenagem aos vitimados no acidente.
- Não está definido, mas acho justíssimo. Eu estava aqui no dia. É o episódio mais triste do esporte baiano. Não podemos entrar na pieguice de só lembrar de coisas ruins. Mas acho justíssimo fazer uma homenagem às vítimas – afirmou Alcântara.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, também confirmou a intenção da homenagem. A forma como ela será feita ainda não está definida, mas a construção de um museu já foi descartada pelas autoridades.
- Acho que vai ter. Não sei exatamente o quê. Não é um museu nem um memorial, mas vamos ter alguma coisa que marque, como uma foto, uma imagem – disse Wagner.
A tragédia na Fonte Nova aconteceu no dia 25 de novembro de 2007. O Bahia empatava com o Vila Nova em 0 a 0, e a torcida já comemorava o retorno à Série B do Campeonato Brasileiro quando, aos 35 minutos do segundo tempo, um pedaço do anel superior cedeu. Nove torcedores caíram de uma altura de 15 metros, o que corresponde a um prédio de cinco andares. Seis morreram na hora e outro morreu a caminho do hospital.
As vítimas fatais foram Márcia Santos Cruz, Milene Vasques Palmeira, Midiã Andrade dos Santos, Jadson Celestino Araújo Silva, Djalma Lima Santos, Anísio Marques Neto e Joselito Lima Júnior. As condições precárias do estádio já eram alertadas antes do acidentes pelo Ministério Público, mas, mesmo assim, a Fonte Nova foi liberada para os jogos do Bahia.
Em 2010, Fonte Nova foi implodida para construção
da nova arena (Foto: Manuela Cavadas / EFE)
O presidente do Consórcio Arena Fonte Nova estava no estádio no dia do ocorrido e lembra que só ficou sabendo da gravidade do acidente quando estava a caminho de casa.
- Estava em uma cabine que não estava transmitindo. Não percebi nada. Foi estranho. Na hora fiz um comentário achando que tinha briga na torcida. Foi um jogo de Série C, o Bahia subiu, a arena lotada, estava do outro lado e via o cordão de isolamento da Polícia Militar. Quem estava onde eu estava não via que havia ruído uma parte da arquibancada. Teve invasão de campo. Quando eu estava indo pra casa, ouvi a notícia do acidente e vi o buraco. Dentro da arena não sabia o que tinha acontecido. Foi horrível. É para esquecer, mas também para lembrar com respeito das vítimas e para que isso não aconteça novamente – comentou Frank Alcântara.
Pouco mais de cinco anos depois, ninguém foi responsabilizado criminalmente pelo acidente. O diretor-geral Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), Raimundo Nonato, o ex-jogador Bobô, e o engenheiro e ex-diretor de operações da autarquia, Nilo Júnior, foram acusados formalmente pelo Ministério Público da Bahia e absolvidos pelo juiz substituto da 10ª Vara Crime de Salvador, José Reginaldo NogueiraAutor: ,postado em 10/03/2013
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