Tranquilo, Renato Cajá admite exagero e torce por absolvição: ‘Errei mesmo’

Dez dias depois de uma reclamação acintosa, um cartão vermelho e um momento de descontrole emocional, Renato Cajá é outro. Na verdade, o Cajá a qual todos estão acostumados. De fala mansa, às vezes risonho, tranquilo, o meia conversou nesta quarta-feira com a imprensa pela primeira vez depois da expulsão contra o Ceará pela Copa do Nordeste.
Na súmula da partida, o arbitro Gilberto Rodrigues Castro Junior relatou que foi agredido pelo jogador. Cajá admite que colocou o dedo no rosto do juiz, mas nega que tenha dado um tapa em Castro Júnior. O jogador se mostrou tranquilo em relação ao julgamento devido ao seu histórico.
- Estou tranquilo. Até pelo meu histórico de jogador não violento. Isso foi algo que nunca aconteceu comigo. Acho que isso conta muito. Não sou um atleta violento, nem um jogador que é expulso constantemente. Só fui expulso três ou quatro vezes na carreira, e nunca por ser violento. Nunca é bom agredir, agora o que ele colocou na súmula, que eu dei um tapa, não é verdade. A mão chegou a tocar no rosto dele, mas não foi um tapa. Foi uma situação de ira ali no clima do jogo, e eu acabei me alterando. Errei mesmo. Esperamos que possa ter um bom julgamento e não ter nenhuma pena – disse.
O jogador culpou o árbitro pelo descontrole do momento e prometeu usar a mesma estratégia de quando foi julgado pelo STJD por uma expulsão quando defendia a Ponte Preta.
- A gente sempre fala muito sobre o jogador, mas não fala sobre o árbitro. E os erros é que fazem o jogador se irritar. Espero que seja julgado e não haja nenhuma punição. Acho importante comparecer no julgamento até para falar a verdade. Uma vez, quando eu estava na Ponte Preta e fui expulso num lance bobo em um jogo contra o Santos, eu fui no julgamento e falei a verdade, e eles aceitaram. Não peguei pena alguma – diz o jogador, confiante em uma decisão favorável.

Apesar da confiança de Cajá, o comentarista de arbitragem da Rede Bahia, Rodrigo Cintra, prevê um cenário complicado para o jogador. Segundo Cintra, a agressão fica comprovada nas imagens da transmissão da partida, o que deve prejudicar a defesa do atleta em um julgamento no STJD.
- Tudo que o árbitro relatou na súmula ocorreu na visão dele. Pelas imagens, dá para ver que o Renato Cajá atinge o rosto do árbitro com o dedo. Isso está comprovado. Essa conduta pode agravar a pena do atleta, que já está suspenso pelo cartão vermelho. Ele corre o risco de ficar fora dos jogos do Campeonato Baiano e talvez do início do Campeonato Brasileiro – disse Cintra.
O jogador deve ser denunciado nos artigos 254 (agressão física a árbitro) e 258 (atitudes contrárias à disciplina ou à ética desportiva) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. A pena máxima para esses casos é de 180 dias e doze partidas de suspensão.
Autor: ,postado em 28/02/2013
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