Jorginho justifica permanência no Bahia: ‘Princípios na vida’

A sexta-feira foi de tensão para os torcedores do Bahia e membros do clube. Com o Palmeiras à procura de um novo técnico, Jorginho, considerado o responsável pela arrancada do Tricolor no segundo turno, estava na mira do clube paulista. Segundo fontes ligadas ao treinador, o Alviverde teria oferecido um alto salário e um prêmio pela permanência do time na Série A.
Ainda que a oferta fosse tentadora, somada à proximidade da família, Jorginho ficou no Bahia. O clube baiano não liberou o técnico para comandar o Palmeiras e a tarde terminou com um final feliz para os torcedores tricolores. Depois de toda a expectativa sobre a negociação entre clubes e o técnico, o personagem principal da história se pronunciou.
- Meus pais, lá atrás, me ensinaram a ter certos princípios na vida. Um deles foi o de honrar os compromissos. A partir do momento que o presidente não liberou, não tinha porque [deixar o Bahia]. Todo mundo sabe da minha relação com o Palmeiras. Foi por ele que hoje estou aqui. Respeito muito o Palmeiras, mas, se estivesse lá, faria a mesma coisa: não sairia para clube nenhum sem o consentimento do presidente – afirmou Jorginho, após o treinamento no Fazendão.
A relação com o time paulista, de fato, é forte. Como jogador, Jorginho defendeu as cores do Palmeiras no início da década de 90, e foi graças ao clube que despontou como treinador. O técnico começou a nova carreira em um time do interior de São Paulo e logo se tornou o comandante do juniores da equipe palestrina. Após a saída de Vanderlei Luxemburgo do comando do time principal, em 2009, Jorginho assumiu a equipe. De lá para cá, passou por Goiás, Ponte Preta, Portuguesa e Atlético-PR.
Ciente de que o mundo dá voltas, principalmente o mundo da bola, Jorginho não espera recíproca da fidelidade que teve pelo contrato firmado com o Bahia. O treinador destacou que sabe da possibilidade de ser demitido em caso de insucesso, mas garantiu que prefere ter a consciência limpa.
- Sei que posso estar errado. Lá na frente, se os resultados não ajudarem, eu serei mais um. Mas pelo menos eu vou dormir - decretou.
Honesto, o técnico não escondeu que a ideia de voltar a São Paulo lhe é atraente. Mas, ao ser perguntado sobre o que aconteceria se o presidente do Bahia tivesse liberado sua saída, Jorginho deixou claro que sua palavra vale mais que sua vontade.
- A realidade é o que estamos vivendo aqui. Não adianta falar de hipótese. Eu teria vontade de ter o meu filho ao meu lado, a minha irmã e o meu pai. Mas nem sempre a vontade é feita - finalizou.
Jorginho é o quarto treinador do Bahia em 2012. Antes dele, Joel Santana, Paulo Roberto Falcão e Caio Júnior estiveram no comando o Tricolor. O atual treinador foi contratado no final de agosto e comandou o time em cinco jogos da Série A do Campeonato Brasileiro.
Com ele na beira do gramado, o Bahia melhorou de produção e está invicto. Com três vitórias e dois empates, o treinador tem 73,3% de aproveitamento. Desempenho que ajudou o time baiano a se afastar da zona de rebaixamento.
Autor: ,postado em 15/09/2012
Comentários
Não há comentários para essa notícia