Os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão foram uma atração à parte na chegada da bandeira oficial das Olimpíadas, nesta segunda-feira, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Muito aplaudidos a cada vez que eram citados e se levantavam, os dois foram inclusive indicados pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes, como protetores do símbolo. Com tamanha atenção voltada para si, os filhos do pugilista Touro Moreno aproveitaram a oportunidade para pedir mais apoio ao boxe, mas, ao contrário de Adriana Araújo, companheira de seleção brasileira, não criticaram o presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), Mauro José da Silva.

Ao ser derrotada na semifinal do torneio peso-médio feminino e garantir a medalha de bronze, primeira do Brasil no boxe desde 1968, Adriana disse ter sido humilhada por Mauro e que nenhum dos atletas da seleção queria vê-lo em Londres. Questionado sobre se dividia da opinião da colega, Esquiva disse que o esporte precisa de mais apoio, mas negou ter sido mal tratado pelo dirigente.
- Tivemos pouco apoio. Do presidente, não tenho nada a falar. Comigo e com Yamaguchi, sempre foi ótima pessoa, e sempre tratou a gente super bem. Só peço mais apoio às pessoas que estão vendo, pois o boxe precisa de um pouco mais para dar mais resultado. Falta centro de treinamento específico para o boxe. Acho que, com um CT, o boxe pode evoluir bastante - afirmou Esquiva, medalha de prata no peso-médio masculino.

Para Yamaguchi, ficha ainda está caindo (Foto: AP)
O jovem pugilista também espera que as conquistas da equipe brasileira - além de sua prata e do bronze de Adriana, Yamaguchi foi bronze no peso-meio-pesado masculino - atraiam mais apoio para atletas desconhecidos do boxe, e lembrou que ele e seu irmão não eram conhecidos até antes dos Jogos Olímpicos.
- Acredito que agora vai chegar mais apoio para os outros atletas, e os patrocinadores vão acreditar mais neles, que eles têm capacidade de chegar onde chegamos. Passamos por dificuldades também. Há um mês, ninguém conhecia a gente, e hoje estamos aqui, com muito esforço - disse Esquiva.
Já Yamaguchi mal conseguia esperar para rumar logo para São Paulo, onde encontraria a família. A chegada da dupla na capital paulista estava prevista para 21h30m (horário de Brasília). Lá, ele previa que a nova realidade de sua vida, enfim, seria plenamente percebida.
- Está caindo a ficha agora. Ainda não caiu a ficha completa. Só de estar aqui no Rio, já está dando aquela luz da realidade. Estou feliz, muito alegre, porque está parecendo que essa participação olímpica mudou nossa vida e entramos para o clube dos famosos - brincou Yamaguchi.