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Pelo brilho da joia olímpica, Mayra Aguiar pisa no tatame como favorita


Pelo brilho da joia olímpica, Mayra Aguiar pisa no tatame como favorita

Faz parte da essência da mulher: as joias seduzem. Por mais discreta que seja, há sempre uma fascinação por aquele acessório que realça a beleza, chama a atenção, coloca em evidência. Mayra Aguiar, claro, não é diferente. No auge dos seus 20 anos, ela pode até trocar vestidos bem ajustados no corpo malhado e penteados que realcem o belo sorriso pelo quimono e o cabelo sempre amarrado. Mas da joia ela não abre mão. São 410 gramas de ouro maciço, com os dizeres gravados: Jogos Olímpicos de Londres. E é em busca do objeto que vai saciar sua vaidade que a judoca pisa no tatame do Centro Excel, nesta quinta-feira, a partir das 6h05m (de Brasília).

Mayra Aguiar se prepara para comercial Judo (Foto: Reprodução Facebook CBJ)
Mayra é considerada favorita na luta pela medalha de ouro (Foto: Reprodução Facebook CBJ)

No caminho até os cliques dourados no lugar mais alto do pódio, a gaúcha tem quatro lutas previstas pela categoria até 78kg. A primeira delas será contra a tunisiana Hana Mareghni e, mesmo sem nenhum acessório extra, a brasileira estará em evidência. Líder do ranking mundial, Mayra chega para sua segunda participação em Olimpíadas em posição distinta da adolescente precoce que perdeu a primeira luta em Pequim 2008. Agora, é favorita, mas essa vaidade ela deixa de lado:

- Claro que cria a expectativa, mas não chego com favoritismo ou vantagem. Vai ser igual para todas. Acho que o psicológico será o principal adversário. Quem conseguir controlar a cabeça, sai na frente. Não acredito em pressão.

E se a parte mental pode fazer a diferença, a judoca acredita que os últimos quatro anos foram suficientes para deixá-la pronta para encarar toda pressão das Olimpíadas. De Pequim a Londres, ela subiu ao pódio em dois Mundiais e rodou o mundo em competições que a garantiram um fator preponderante para o controle dos nervos: a experiência.

Mayra Aguiar, Judô (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
Judoca destaca que experiência adquirida nos últimos
anos pode ajudar (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)

- Tudo mudou bastante. Hoje, sou mais madura como atleta. Fui para Pequim com 17 anos. Agora tenho 20. Lógico que ainda sou jovem, mas a experiência na parte de competições cresceu muito. Participei de Mundiais, treinamentos fora do país, mudei a rotina de atleta... Amadureci nesta parte.

O tempo deu a Mayra também confiança. Se a liderança no ranking mundial não é encarada como privilégio ou pressão, uma coisa é certa: ajuda na motivação.

- Confio muito em mim. Sei que dá, sei que eu posso. E o ranking vem como um incentivo. Todos falam da pressão, mas também é um incentivo. Eu falo: “Poxa, eu já cheguei ali. É real a chance, dá para chegar”. Não é uma promessa, eu sei que posso e consigo. Sempre com os pés no chão.

Os pés bem fincados no chão podem ser vistos também como um escudo da brasileira. Ciente do equilíbrio da categoria, ela prefere evitar prognósticos e acredita que o mais importante é manter a concentração em si própria para desempenhar o melhor do seu judô.

- A categoria é muito equilibrada. Sempre tem alguém diferente no primeiro lugar do pódio. Não há aquela que nunca é derrotada. Tem bastante gente forte. Desde a primeira luta, tenho que estar consciente de que pode aparecer alguém. Olimpíadas têm sempre surpresa. Então, é preciso entrar com foco. A concentração é importante. É como brincamos: é preciso matar um leão como se mata um coelho.

Mayra Aguiar comemora medalha de ouro no Grand Slam em Paris (Foto: Divulgação / Federação Internacional de Judô)
Gaúcha chega em alta após ouro conquistado no Grand Slam em Paris (Foto: Divulgação / FIJ)

Desta vez, todos, leões e coelhos, estarão na mira de Mayra até o último tiro. Com uma prata e um bronze tanto no currículo em Mundiais quanto em Pan-Americanos, a judoca admite que o relaxamento nas tentativas finais a afastava do lugar mais alto do pódio. Fator que não servirá de desculpas dessa vez.

- Vai vir (o ouro). Acredito muito nisso. Infelizmente, nas últimas competições não deu. Estou bem também agora. É assim mesmo, vai ter competição que não vou ganhar. Mudei também a parte psicológica de pensar que garantir uma medalha está bom. Às vezes, eu garantia o terceiro lugar e mudava o jeito de lutar. Mas não, eu tenho e quero chegar na final, quero o ouro. Não posso relaxar por ter uma medalha garantida. Mudei bastante minha cabeça.

Autor: ,postado em 02/08/2012


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