Ávine não teme pressão de voltar a jogar com o Bahia na zona de degola

A expectativa é grande em torno da volta do lateral-esquerdo Ávine a campo. Desde o fim do mês de junho, o jogador está em trabalho de fortalecimento muscular. A previsão inicial dava conta de um retorno dentro de quinze dias, mas as duas semanas se passaram e a volta não se concretizou. Nesta segunda-feira, no entanto, a torcida do Bahia teve uma boa notícia: Ávine voltou a treinar com bola.
- Estou ansioso para voltar a jogar, independente de o torcedor estar ansioso ou não para ver a minha volta. Eu tenho que me sentir bem, tenho que estar ansioso e trabalhar forte para que isso volte a acontecer. Eu trabalhei forte neste tempo em que fiquei parado. Agora me sinto bem para poder voltar a jogar e ajudar a minha equipe – afirmou o lateral, nesta segunda-feira.
O treino com bola, no entanto, pode ser apenas o sinal de que o retorno está próximo e não a confirmação da volta do jogador. Devido ao longo tempo que ficou parado, é possível que Ávine ainda não seja titular na próxima quinta-feira, na partida contra o Fluminense, no Engenhão. O próprio jogador deu sinais de que não deve entrar em campo no próximo jogo.
- Quero deixar claro que não sei se vou para o jogo. Esse foi o meu primeiro treino com bola. Claro que falta ritmo, a gente não tem que esconder isso. Trabalho físico é uma coisa, quando você trabalha com bola é totalmente diferente. O ritmo é outro. Seria até um pouco perigoso entrar nesse jogo, até porque o campo lá tem uma dimensão grande, vai ser um jogo difícil. Então nós temos que ter cautela. Mas se Falcão optar por mim, vou estar pronto para jogar. A gente vai se adaptando aos poucos – afirmou Ávine.
Ainda assim, o jogador cogita a possibilidade de entrar em campo, já que tem sido substituído pelo volante Hélder, improvisado na lateral. No entanto, a situação do Bahia não é das melhores no Campeonato Brasileiro. Com apenas uma vitória na competição, o Tricolor tem sete pontos e amarga a 18ª posição da tabela.
O clima é de pressão no Fazendão, já que os resultados não têm aparecido. Contra o Internacional, na 7ª rodada do Brasileiro, a equipe foi elogiada pelo rendimento dentro de campo, mas ficou no empate em Pituaçu. Diante do Botafogo, desempenho criticado e derrota por 3 a 0 no Engenhão. Contra o Flamengo, no último domingo, garra elogiada, mas placar desfavorável: 2 a 1 em casa e nem um ponto a mais na tabela.

Jogador está fora de campo há mais de duas semanas (Foto: Divulgação / Esporte Clube Bahia)
Com a posição desconfortável dentro da zona de rebaixamento, começam a surgir até rumores de demissão do técnico Paulo Roberto Falcão. O medo de repetição da tensão do ano passado, quando o Bahia se livrou da degola nas últimas rodadas, é grande. O aproveitamento da equipe no Brasileiro até agora é de time rebaixado: 25,9%, com um triunfo, quatro empates e quatro derrotas.
- Me incomoda muito ver o Bahia nessa situação. Se eu voltar agora, claro que vai ter uma certa pressão, mas é neste tipo de situação que o jogador tem que mostrar seu valor, tem que ter personalidade para jogar e enfrentar qualquer equipe. Tenho certeza de que nossa equipe vai dar a volta por cima – declarou Ávine.
A preocupação do Bahia vai além da tabela de classificação. O Tricolor também está de olho no saldo de gols, já que balançou as redes adversárias apenas sete vezes nesta Série A. Destas, apenas duas vieram dos pés de atacantes. Não é à toa que o artilheiro da equipe no Brasileirão é o volante Fahel, com dois gols.
Questionado sobre a parcela de culpa de Fabinho e Hélder no contexto do Tricolor na competição nacional, Ávine lembrou que os jogadores não são da posição. Ainda assim, o atleta afirmou que ter laterais de ofício poderia ajudar os atacantes a receber mais bolas na frente.
- Eles [Fabinho e Hélder] estão improvisados. Não temos que ficar crucificando os jogadores em momento nenhum, porque eles estão ali para poder ajudar. Eles atuam em outra posição. Nós, laterais de ofício, temos que atacar o tempo todo, chegar no fundo para poder dar opções para o atacante fazer gols. E nossos atacantes estão sentindo falta disso. Eu e os outros que estão se tratando vamos voltar fortes para colocar nossos atacantes de cara para o gol para ajudar a equipe e tirar toda essa desconfiança do nosso torcedor de uma vez por todas – disse, referindo-se a Madson e Coelho, que se recuperam de lesão na coxa e no joelho, respectivamente.
Além de prometer contribuição própria para tirar o Bahia da situação ruim no Campeonato Brasileiro, Ávine destacou outro fator que pode ajudar a equipe daqui para frente.
- Durante a semana a gente vai conversando. Se eu for para essa viagem [ao Rio de Janeiro, enfrentar o Fluminense], a gente vai conversar na concentração, porque tem que ter essa conversa. Tem que ter a cobrança entre nós, os jogadores. Não adianta ter só cobrança da diretoria, da comissão técnica, da torcida. Tem que ter essa cobrança entre nós para que as coisas melhorem – finalizouAutor: ,postado em 17/07/2012
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