A bola está com elas: Brasil aposta as fichas na nova geração do futebol

"O povo brasileiro pedia renovação, e está tendo. Eu termino aqui, mas elas continuam." As palavras de Marta na última entrevista pós-jogo de uma Copa do Mundo tem duas nuances. Primeiro, deixa o país apreensivo acerca do futuro da Seleção Brasileira sem ela, após duas décadas de serviços muito bem prestados. Ao mesmo tempo, porém, acalenta pela confiança com a passagem de bastão não apenas a uma jogadora, mas para a geração. A camisa 10 acompanhou de perto a evolução da base verde-amarela e entende que agora é o momento de o coletivo escrever a história.
Se a Seleção depender de novas protagonistas, a expectativa é de dias melhores. No Mundial sub-20 do ano passado, o Brasil repetiu 2006 e conquistou o terceiro lugar, atrás apenas da campeã Espanha e do vice Japão. Das sete partidas disputadas no torneio mais nobre entre as novas safras da bola, venceu cinco, empatou apenas contra as espanholas e foram derrotadas pelas japonesas. Sinal de que os frutos da evolução sob a batuta do técnico Jonas Urias estão, pouco a pouco, sendo colhidos e indicativo de crescimento.
A espinha dorsal da equipe terceira colocada no pódio do Mundial sub-20 na Costa Rica tinha Gabi Barbieri; Bruninha, Tarciane, Lauren e Ana Clara; Cris, Vitória Yaya, Analuyza e Rafa Levis; Dudinha e Aline Gomes. Mais 12 estiveram à disposição de Urias. Das 21, seis já tiveram oportunidades na equipe principal com a treinadora Pia Sundhage: a goleira Gabi Barbieri; as defensoras Tarciane, Bruninha e Lauren; a meia Vitória Yaya; e a atacante Giovana Queiroz.
Duas da nova safra do futebol estiveram sob comando da técnica sueca na caça ao título inédito na Oceania. A lateral-direita Bruninha entrou no segundo tempo da goleada por 4 x 0 sobre o Panamá, na estreia, enquanto a zagueira Lauren foi um dos pilares da linha de quatro contra as caribenhas e as francesas. Na "decisão" contra a Jamaica, deu lugar a Kathellen. Com pouca rodagem ou não, a dupla se credencia como nomes quase que certos para a sequência com ciclo para 2027.
De treinador sub-20, Urias passou para observador de Pia Sundhage na Oceania. Em visita a um dos treinamentos da Seleção, ele lembrou da importância do trabalho com a base. "Temos evoluído. A cada ano, são novidades e novas iniciativas que vão construindo o que a gente pensa como ideal. Acho que ainda temos um caminho a trilhar, mas a CBF vem cuidando para que cada passo seja dado com solidez, para não voltarmos atrás", disse em entrevista à CBFTV.
O primeiro desafio de alto nível da Seleção na retomada dos trabalhos será nos Jogos de Paris-2024, daqui a menos de um ano. Se houve renovação para a Copa do Mundo de 2023, a tendência é que a Amarelinha passe por novas atualizações até o anúncio da lista de 18 nomes para as Olimpíadas. Além de Marta, outros nomes são pouco prováveis de serem chamados. Casos da goleira Barbara, 35 anos, e da zagueira Mônica (36). Pensando no Mundial de 2027, com possibilidade de ser no Brasil, a beque Rafaelle (32) e a lateral-esquerda Tamires podem ficar fora dos planos.
Fonte: Corrêio Braziliense
Autor: ,postado em 04/08/2023
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