Após travessia inédita, velejador Aleixo Belov desembarca em Salvador

Pontualmente às 10h deste sábado, 12, o veleiro Fraternidade chegava ao cais do 2° Distrito Naval da Marinha do Brasil, no bairro do Comércio. Ainda dentro da embarcação, o experiente velejador de 79 anos, Aleixo Belov, que já havia realizado ao menos cinco ‘voltas ao mundo’, apontava para a terra firme. Foram mais de nove meses em expedição pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Ártico, antes de desembarcar.
A equipe foi a primeira com a bandeira do Brasil a fazer a travessia completa pela Passagem Noroeste. “Foi um grande desafio, mas conseguimos vencer. Por isso, estamos muito felizes de estarmos de volta a Salvador após realizar este sonho de atravessar o Ártico”, disse o velejador.
Ao todo, a tripulação formada pela oceanógrafa Larissa Nogueira, o fotógrafo Leonardo Papini e a estudante Ellen Brito, além do mecânico Hermann Brinker e do engenheiro civil Maurício Pitangueiras, percorreu mais de 20 mil milhas náuticas.
Aleixo falou um pouco das dificuldades durante a aventura. O comandante chegou a pensar que não completaria a viagem. “Quando saí daqui, já fui pensando que poderia ir e não voltar mais”.
Em um ponto da viagem, ele chegou a ficar à deriva por causa das condições climáticas. “Quando eu completei quatro meses e cinco dias, cheguei a ficar 35 dias ‘parado’, esperando parte do gelo descongelar. Após isso, já no Alaska, fiquei 10 dias à deriva ao mar preso no gelo. Eu até me perguntei: ‘será que eu fiz a coisa certa?’”, brincou.
Outro obstáculo enfrentado por Belov e sua equipe foi a questão burocrática. “Demorei para sair porque estava com dificuldade para conseguir o visto do Canadá, por causa da Covid-19. A resposta só veio quando eu já estava em Natal”, conta.
Foi no Canadá também que ele relata ter levado um dos grandes sustos da viagem ao se deparar com ursos brancos. “Lá tinha ursos brancos e eles são famintos, se você não estiver armado já era”, relata o velejador, que ressalta, no entanto, que a aventura valeu a pena, já que foi por lá que ele fez alguns registros fotográficos considerados “únicos”.Mas, apesar das batalhas, ele deixa um recado para quem pensa em fazer o mesmo. "Eu já fiz cinco 'voltas ao mundo', duas travessias, mas considero essa a viagem a mais difícil de todas. Foram outros desafios, foram outras dificuldades. Mas, para quem quer fazer a viagem, eu digo que é possível sim”, afirmou.
Autor: ,postado em 14/11/2022
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