Atleta vive expectativa de estreia paralimpica fora do pais

A rotina de Jéssica Michalack mudará sensivelmente a partir do ano que vem. Após quatro anos competindo somente em nível regional e nacional, a catarinense de 27 anos disputará, enfim, os primeiros internacionais da carreira no tiro esportivo paralímpico, representando o Brasil. A estreia será o Grand Prix de Hannover (Alemanha), entre 29 de abril e 9 de maio.
Jéssica se credenciou à seleção ao bater o índice estabelecido do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês) no Campeonato Brasileiro da modalidade, disputado no início do mês no Rio de Janeiro. A atiradora de Timbó (SC) anotou 631,6 pontos na final R4 (tiro deitado) da carabina de ar dez metros na classe SH2 (atletas que necessitam de suporte para a arma). O mínimo exigido pelo IPC era 630 pontos. O resultado ainda rendeu a ela o título nacional, superando Alexandre Galgani, representante do Brasil na última Paralimpíada e que foi o décimo colocado da prova nos Jogos de Tóquio (Japão).
A catarinense nasceu com má-formação nos dedos das mãos e dos pés. Para segurar a carabina e atirar, ela tem apoio de uma mesa e uma mola, além do estafe, que a auxilia a municiar a arma. O noivo foi a influência para Jéssica aderir ao tiro esportivo, mas quem abriu os olhos ao movimento paralímpico foi um veterano da modalidade: Carlos Garletti, de 47 anos e com participações nos Jogos de Pequim (China), Londres (Reino Unido) e Rio de Janeiro.
“Eu praticava o tiro seta [onde o projétil é semelhante a um dardo, típico da região]. O Roberto era mais fissurado no tiro esportivo. Eu só o acompanhava. Em 2017, teve um campeonato aqui [em Timbó] no clube Frederico Donner e viemos dar uma olhada. O Carlos Garletti estava lá e me incentivou a entrar no paralímpico, que eu nem fazia ideia que existia. Digo que ele foi um dos meus padrinhos [risos]”, recordou a atiradora.
Autor: ,postado em 20/12/2021
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