Atletas Baianos nas Paralimpíadas:

Aos 23 anos, Raissa Rocha é uma das principais promessas do paratletismo. Depois de ficar em sexto na Rio 2016, ela chega em 2020 como a líder do ranking mundial na classe F56 no lançamento de dardo e vem embalada pelo bronze conquistado no Mundial de Atletismo de Dubai no ano passado e o ouro no Parapan de Lima , onde também quebrou o recorde parapan-americano em sua classe, para seguir firme na busca pelo índice para as Paralimpíadas de Tóquio.
Raissa começou no lançamento de dardo aos 12 anos e afirma que o esporte foi importante para o seu crescimento como pessoa e na sua autoestima.
“A minha adolescência foi a fase mais dolorosa da minha vida. Eu vi o preconceito, o racismo. A pessoa não precisa falar, só um olhar basta. Eu não saía, não ia para festa, só reuniões em família. Também não ia no shopping. Não saía pelo medo do olhar das pessoas”, relatou a atleta.
“Eu culpei a minha mãe pela minha deficiência quando era mais nova. A gente que nasce com alguma deficiência acha que precisa culpar alguém. Minha mãe sempre me incentivou a ser independente, a fazer tudo sozinha”, lembrou.]
“O esporte me deu a autoestima. O dardo me transformou. Os Jogos Rio 2016 me deram um baque. Foi ali que decidi me dedicar. Treinar mais, ficar mais forte e até parecer um homem. A gente sabe que vai ficar pequeninha nas pernas e grande em cima”, explicou a campeã parapan-americana no dardo em Lima 2019.
Após os Jogos do Rio, a baiana passou pela transição capilar – processo mudança de textura do cabelo alisado para o cabelo natural cacheado/crespo – e confessou que no começo não foi tão fácil e o quanto o apoio da família foi importante.
“Estava fazendo transição e fui cortar o cabelo, a pessoa cortou toda a parte lisa. Eu fiquei muito mal, não queria sair na rua, não tinha como fazer nada. Estava me sentindo muito feia naquele momento, mas minha família disse que na hora que crescesse eu ficaria linda e isso me motivou”, recordou a atleta.
A lançadora falou também sobre a importância do autoconhecimento para superar estes momentos difíceis. “A gente precisa se amar, se aceitar como é. Eu preciso me amar para depois amar o próximo, entrar em um relacionamento. Eu sou a Raissa, atleta, blogueira e sou cadeirante também.”
Autor: ,postado em 25/08/2021
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