Recuperação judicial é um novo caminho para os clubes endividados

A Pandemia trouxe desafios que jogam contra o clube, e faz com que antes mesmo de iniciar uma partida o placar seja desfavorável. O endividamento dificulta o gerenciamento das agremiações e a recuperação judicial pode ser a alternativa.
O advogado tributário, Nicolai Mascarenhas, afirma que a suspensão das atividades esportivas gerou um acúmulo de dívidas dos clubes, passivo esse que não será absolvido sem a adequada reestruturação. "Com as recentes decisões autorizando o processamento de recuperação judicial para clubes e associações de esporte, o ajuizamento de pedido de recuperação é a forma mais segura de manter a unidade e quitar tais passivos ”, explica Mascarenhas.
Dados da pesquisa realizada Sport Value, com os balanços das agremiações, apontam que em 2019 as receitas dos clubes brasileiros cresceram 19%.
O time do Bahia, por exemplo, teve um aumento de 39% da receita anual em relação a 2018.
Este ano, a análise evidencia um cenário desafiador para os times. O corte das receitas das agremiações chegou a 19,5% em comparação a 2019. Os motivos: reduções nos direitos de tv, perda de patrocínios e sócios e bilheteria. O time do Bahia teve que diminuir a intensidade das suas jogadas pois suas receitas tiveram corte de 31%, além disso, as dívidas fiscais com aumento de 9%.
No ranking dos endividados, o clube aparece em 14ª posição, montante que chega a quase 268 milhões. “Muitos times de futebol possuem um endividamento crônico, que foi deveras majorado com o cenário de Pandemia. O reequilíbrio do passivo por meio do pertinente instrumento jurídico deve ser implementada para dar sustentabilidade e longevidade às organizações esportivas”, analisa o advogado.
Nem todos os times terão a possibilidade da recuperação judicial, mas para aqueles que forem contemplados poderá ser um respiro para encerrar este ano com algum fôlego e iniciar as próximas temporadas.
Autor: ,postado em 19/08/2021
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