Câmara realiza audiência sobre Crianças Negras

A Câmara Municipal de Salvador vai realizar, na próxima sexta-feira (18), às 15 horas, uma audiência pública em homenagem ao Dia Municipal da Criança Negra comemorado todo 16 de junho no calendário oficial de Salvador, por meio da Lei 8.247/2011, de autoria da vereadora Marta Rodrigues. A audiência ocorrerá em formato virtual e poderá ser acompanhada ao vivo pela TV CAM (Canal 12.3) e pelas redes sociais www.facebook.com/tveradiocam. Na ocasião, será reforçado o Manifesto da Coordenação de Entidades Negras (Conen).
Na atividade, serão discutidas as consequências da pandemia na vida de crianças negras, a relação entre racismo e alta mortalidade por covid-19, o aumento da fome, os impactos na saúde mental e tantas outras questões pertinentes.
Além da vereadora e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia da Câmara de Salvador, Marta Rodrigues (PT), participam da audiência pública o coordenador do Movimento Federalista Pan-africanista de Guiné Bissau, Mamadu Djabi; a professora da Ufba, especialista em Saúde Coletiva e pós-doutora pela Fiocruz, Joilda Silva Nery; e a procuradora do Trabalho, mestre em Filosofia e especialista em Direito do Trabalho pela Ufba, Elisiane Santos.
O Dia Municipal da Criança Negra é uma referência ao Dia da Criança Africana, também comemorado no dia 16 de junho e institucionalizado pela Organização de Unidade Africana (OUA), na Etiópia, em 1991, em memória às crianças negras de Soweto que foram massacradas em 1976 por terem protestado contra a discriminação no ensino.
Manifesto da Conen - Na ocasião, será reforçado o Manifesto da Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN. O documento ressalta a importância da Lei, resultado de um projeto da vereadora após demanda apresentada pela entidade. “Torna-se imprescindível que a criança negra de hoje, obtenha os elementos que alicerçam as bases fundamentais da sua existência, para que possa ela, apresentar-se inteira desde seu nascimento, no universo das demais crianças, enfrentando do seu lugar, o referido exercício da diversidade, sem que seja a mesma, condicionada a subjugar-se aos valores culturais do outro, o que se agrava, quando esses valores vêm contaminados de elementos opressores, conscientes ou inconscientes”, diz trecho do Manifesto.
Para a Conen, os fortes valores de pertencimento e referenciais, são indispensáveis à formação do caráter e equilíbrio psico-estético-biológico da criança negra, não raramente levada a se auto-referenciar de forma depreciativa, por não lhe serem apresentados os elementos pilares da sua auto-afirmação, enquanto negros e negras a exemplo dos seus heróis e heroínas”.
Autor: ,postado em 17/06/2021
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