Dia Internacional de luta contra a endometrios

Celebrado internacionalmente nesta sexta-feira, (7), o Dia de luta contra a endometriose chama a atenção da população feminina sobre a importância do diagnóstico precoce e os cuidados com essa patologia, que, segundo a Associação Brasileira de Endometriose, atinge cerca de sete milhões de brasileiras. A endometriose é uma doença ginecológica que acontece quando há presença de tecido semelhante ao endométrio, que reveste o útero, fora da sua localização habitual.
Embora o problema atinja 10% das mulheres em período reprodutivo, com pico de incidência ocorrendo em pessoas de 25 a 35 anos, essa doença também já foi confirmada em meninas pré-menarca e em mulheres na pós menopausa. “A história natural da endometriose ainda é desconhecida. Não sabemos exatamente as etapas fisiopatológicas de início e evolução da patologia”, afirma a ginecologista e especialista em reprodução humana da Clínica Elsimar Coutinho, Wendy Delmondes.
De acordo com a especialista, a mulher deve estar atenta aos sinais emitidos pelo corpo, cujo os sintomas mais evidentes são: as dores pélvicas crônicas, dor menstrual, dor durante o ato sexual, ao evacuar e urinar, além de ser uma das principais causas de infertilidade - este último acomete de 30 a 50% das pacientes que sofrem com a doença.
Geralmente as mulheres consultam, em média, sete médicos antes do diagnóstico de endometriose. O longo intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico pode resultar em considerável carga física, psicológica e social na vida das pacientes. “Esses impactos negativos da doença podem levar a uma redução na qualidade de vida relacionada à saúde”, explica a especialista Delmondes. O ginecologista Hugo Maia Filho, defende o uso da ultrassom vaginal com preparo intestinal e da ressonância magnética, como exames essenciais para a detecção precoce da doença.
O médico e cientista Elsimar Coutinho, referência mundial no tratamento da endometriose, foi o pioneiro a utilizar o hormônio gestrinona no combate à dor pélvica e infertilidade provocada por essa enfermidade, revolucionando a saúde da mulher ao proporcionar bem-estar e qualidade de vida. O tratamento clínico defendido pelo professor é a supressão da ovulação e da menstruação, através da aplicação subcutânea dos implantes hormonais, que ajudam a regredir a endometriose e podem ser utilizados de seis meses a um ano pela paciente. “ Por ser uma doença epigenética do endométrio, só pode ser controlada se a menstruação for suprimida, como mostrou o mestre Elsimar há mais de quatro décadas”, afirma o Dr. Hugo, que trabalhou por quase 40 anos com o cientista no tratamento hormonal.
O ginecologista acompanhou de perto a descoberta das propriedades anti estrogênica e antiprogesterona na intervenção da endometriose, evidenciando o efeito da gestrinona no ovário. “Este hormônio foi um divisor de águas no tratamento dessa doença, graças aos trabalhos inovadores do professor Elsimar. Nós aprendemos que a gestrinona era eficaz por via oral transdérmica e vaginal, o que permitiu o desenvolvimento dos implantes e do gel vaginal na farmácia de manipulação Elmeco”, relata Maia Filho.
Os casos mais graves da doença requerem a intervenção cirúrgica, para que haja a remoção completa de todos os focos da endometriose, não comprometendo outros órgãos e funções. De acordo com Wendy Delmondes, as mulheres que desejam engravidar podem recorrer na CEC às técnicas de reprodução assistida para realizar o sonho da maternidade.
Autor: ,postado em 07/05/2021
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