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Roger diz que entende protesto da torcida e se mostra frustrado com rendimento


Roger diz que entende protesto da torcida e se mostra frustrado com rendimento

Não foi dessa vez que o Bahia encerrou o longo jejum de vitórias no Campeonato Brasileiro, ampliado para nove partidas após o empate em 1 a 1 com o Atlético-MG, na Arena Fonte Nova. A equipe tricolor saiu atrás no placar após uma falha de Juninho, mas chegou ao gol de empate com Élber [assista aos melhores momentos da partida no vídeo acima].

A sequência de resultados negativos, que praticamente tiram a equipe da briga por uma vaga no G-8, deixa o técnico Roger Machado frustrado, principalmente pelo baixo rendimento do time. Ele falou sobre isso na em coletiva de imprensa concedida logo após o jogo.

- Estamos decepcionados com parte do nosso segundo turno, que nos permitiu sonhar com a Libertadores. Hoje a frustração do torcedor, o que deixa ele chateado e motivas cobranças. A receita para que que a gente volte a vencer é manter o foco, empenho, trabalhar o que for possível, mudar o que for possível. Não abri mão de fazer mudanças que julguei necessárias para voltar a vencer. Não surtiu efeito, mas temos mais três jogos ainda pela frente, jogos importantes - afirmou o treinador do Bahia.
 

O sentimento de frustração, como não poderia deixar de ser, também atingiu a torcida. Parte dela protestou contra os jogadores durante a partida e foi repreendida pela maioria do estádio, que apoiou o elenco.

Roger afirmou que entende a manifestação de quem vaiou, mas valorizou a atitude dos demais tricolores.

- O torcedor tem 100% de direto de cobrar, sem dúvida. Não vou entrar no mérito da cobrança, até porque talvez, se eu estivesse no lugar do torcedor, com muitos jogos sem vencer e tendo, anteriormente, gerado uma expectativa muito grande, o que estamos vivendo hoje é resultado de expectativa gerada pelo grupo. Protesto é natural, normal do futebol. O que tenho que louvar e poucas vezes vi na minha carreira como jogador e treinador, justamente que a parte maior do estádio que não estava de acordo com manifestações apoiar. Sem dúvida, vou levar para a vida toda. Porque não é corriqueiro isso acontecer. Mas o lugar o torcedor protestar é no estádio, se ele não está gostando do time dentro de campo. Claro que, na crise, tenho que trabalhar cabeça do jogador, para que lide bem com essas situações. Nessa hora, o atleta é provado, se consegue, mesmo com a adversidade, manter naturalidade do seu jogo. Não tenho que estar julgando a manifestação do torcedor. Ele é passional. Eu entendo. Está frustrado. Nós também estamos muito decepcionados com o rendimento que estamos tendo, resultados que não estamos conseguindo. Mas jamais posso lidar com um grupo pela falta de interesse, motivação. Pode faltar jogo, isso sim. Mas outros elementos, não. Tenho certeza que o torcedor protesta não pela falta de empenho, mas de bom futebol, que jogamos até bem pouco tempo atrás - afirmou.
 

E o que fazer para voltar a vencer no Campeonato Brasileiro? Roger Machadou respondeu a esse questionamento.

- Hoje era uma boa oportunidade de voltar a vencer, mas tivemos um bom primeiro tempo. Se a gente analisar descolado dos outros maus resultados, não merecíamos sair com um resultado de derrota ou empate. Jogamos o suficiente para vencer em casa. Qualquer resultado diferente da vitória, no contexto em que estamos, é péssimo. Continuar trabalhando com a cabeça, o emocional, para que os atletas se sintam confortáveis no jogo, porque, em final de temporada, não há muito mais o que fazer. São próximos três jogos, que, se a gente vencer, faremos a melhor campanha do clube no campeonato. Tenho certeza de que torcedor vai sentir feliz com o final de ano que vamos ter. frustração em função da expectativa criada, e isso torcedor está tão decepcionado quanto o grupo - disse Roger.

O Bahia volta a campo domingo, quando vai até Alagoas para enfrentar o CSA.

Confira outros trechos da coletiva de Roger Machado

Pressão no elenco
- Momento de pressão faz o jogador, mesmo com qualidade, errar mais que normalmente. Nos últimos jogos, com tentativa de buscar um time mais leve, temos tido alguns atletas, pelo ano, momento, pressão, não têm rendido o que a gente espera. Já utilizei todos os possíveis atletas na função. Marco deu um retorno à altura, mas machucou. Atleta que eu imaginava que poderia dar essa qualidade ao meio de campo, que, em alguns momentos, principalmente contra times abaixo da gente, com três volantes, fica com menos jogo no meio, quando você tem que propor o jogo. A ideia é procurar um meio mais leve, técnico, para chegar no ataque com mais qualidade. Aconteceu algumas vezes, mas, em outros momentos, não. Continuamos buscando alternativas. Esses momentos são frustrantes, mas são importantes para que a gente consiga fazer avaliação, no final do ano, saber onde melhorar, em que posições precisamos para qualificar o grupo cada vez mais.

Substituições
- 
Élber saiu cansado, desgastado do jogo. Troquei pelo Fernandão. Foi uma troca pela questão do desgaste do jogo. A outra substituição, que foi do Lucca pelo Arthur Caíke, foi porque, muito embora o Lucca tenha se esforçado para fazer o que nós tínhamos orientado, teve dificuldade, e eu procurei uma características. Toda substituição, embora o torcedor muitas vezes não compreenda, é sempre vendo o que temos à disposição, vendo o que o jogo está pedindo e, acima de tudo, o que a gente pretende com a substituição almejada dentro do campo. Foi a necessidade de a gente buscar um placar e vencer com esse cenário que a gente vem tendo de maus resultados.

Momento de aprendizado
- Momento que a gente esteve na beirada do G-6 é o momento de bastante otimismo, que, muitas vezes, o torcedor se pergunta como o momento bom pressiona a ponto de o atleta não ter naturalidade no jogo? Também importante avaliar que toda a construção de um time vitorioso passa por esses momentos. No vestiário, falei a eles que, muito embora a gente tenha batido nas barreiras sem conseguir transpor, elas nos dão ensinamento acumulativo para, em outros momentos, a gente ter mais capacidade com vivências de passado recente. Assim se constrói um grupo, se resgata a grandeza de um clube, através destes anos de provações e momentos decisivos. E alguns momentos, isso pode não acontecer. Tenho por mim que o otimismo a expectativa gerada pesou em alguns momentos. Talvez esse grupo ainda não esteja preparado para este momento. Por isso, embora frustrantes, momentos são importantes para a gente reavaliar, a característica dos jogadores que a gente vislumbra para um futuro, para que consiga, numa próxima oportunidade, conseguir passar. Não é o atleta jovem que sente. Ainda na palestra, usei o exemplo da minha vivência. Eu vivi 10 anos disputando tudo para vencer como atleta no Grêmio e, aos 28 anos, minha última temporada, briguei até a última rodada para não cair. Ganhamos do Corinthians dentro de casa. Naquele jogo específico, mais de 500 jogos pelo clube, eu estava extremamente nervoso. Algo que nunca tinha sentido na minha vida. Como habitual, liguei para a minha esposa para pedir boa sorte e disse que senti algo que nunca tinha sentido. Receio de entrar em campo e manchar minha trajetória no clube com rebaixamento. Ela me disse: “Tu tem 10 anos de lastro de treino, momentos de pressão que já viveu. Em campo, no teu ambiente, tu vai conseguir equilibrar as emoções e lidar bem com esses momentos”. São construções na carreira. A gente vai passando e vai calejando, tendo vivências que te permitam que isso não volte a acontecer. Momentos fundamentais, momentos de frustração, do clube, torcida, além de fortalecer para os momentos que virão, nos dão muitas ferramentas para o futuro.

Elogios a Jorge Jesus
- Já acompanho o Jorge [Jesus] há muito tempo. Dei uma entrevista em outro momento sobre isso, tentei uma aproximação através de amigos em Portugal para ver se conseguia vê-lo trabalhar, mas não consegui. Eu via seus times, gostava como ele trabalhava com uma linha alta e sofria pouco compactando o time no ataque. Abria e jogava com dois atacantes. No futebol brasileiro, uma das questões importantes que eu tenho dito, é que Jorge Jesus tirou a mística de que precisamos de um meia articulador para tocar toda hora na bola e deixar o time mais leve com um articulador para a posição de segundo homem, uma adaptação que o futebol brasileiro tem que ter. Com dois pontas abertos pelos lados, vai ter a necessidade, não de um meia atacante ou um atacante ou um jogador que venha de trás e entre no ataque com qualidade, para que você tenha, com a subida dos laterais, cinco ou seis jogadores dentro do campo de ataque para articular o jogo. Grande contribuição dele foi mostrar seu estilo de jogo. Muitos têm dito que é o futebol brasileiro, mas não é; é estilo do Jorge Jesus. Temos outras grandes escolas, características de times que fizeram história no futebol brasileiro, que foram tão bem quanto ele. O que a gente tem que enaltecer, assim como em alguns momentos no passado, fomos referências, exportamos tecnologia, os países que vinham buscar nossos treinadores, para dividir, compartilhar, hoje Jorge e outros trinador estrangeiros já vieram e deram contribuição. Acho salutar que venham, que nós vamos para outros lugares também, para difundir, dividir, compartilhar conhecimento acumulado na carreira. Parabéns ao Jorge Jesus, ao Flamengo, e espero que isso faça com que nosso futebol comece a pensar bastante a respeito do jogo, como um fenômeno, como estratégia, jogo de estratégias, assim como jogo de xadrez.

 


 

 

 

Autor: ,postado em 28/11/2019


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