O torcedor que conheceu Carol Meligeni neste Pan e vai passar a acompanhar a tenista brasileira mais de perto já entendeu: vai sofrer. Não importa se com vitória ou com derrota, a partida será sofrida, brigada, disputada ponto a ponto como se fosse o match point. A semifinal do Pan de Lima, contra a americana Caroline Dolehide foi assim. Quando tinha o saque quebrado, Carol quebrada na sequência. Quando era ela a quebrar o saque da adversária, o ponto seguinte escapava de sua raquete.
E assim Carol Meligeni perdeu a semifinal para a americana por 2 sets a 0, parciais de 7/6(5) e 6/2. Agora a brasileira disputa, neste domingo, a medalha de bronze contra a paraguaia Verônica Cepede, que já derrotou brasileira em Lima nas duplas (que Carol jogou com Luísa Stefani). Na disputa do ouro, Dolehide encara a argentina Nadia Podoroska. As finalistas garantiram vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Foi um jogo muito próximo, muito disputado. Podia ter caído para os dois lados. Fiquei atrás no primeiro set. Tive oportunidades em um voleio, que poderia ter feito a diferença, ou não, a gente não sabe. Dei o meu melhor. Claro que dói um pouco essa derrota. É uma pena que tenha escapado, mas assim é o tênis. Tenho dois bronzes para disputar. Agora é acertar a cabeça e ir para o próximo - falou Carol.
Atual 334ª do ranking mundial, a brasileira de 23 anos lutou o tempo todo, buscou pontos que pareciam perdidos, enfim, fez o que costuma fazer em quadra. Mas não foi suficiente para bater a americana de 20 anos e 261ª do mundo. Carol Meligeni mostrou repertório melhor que a rival, mas sem a potência da americana. Delohide sacou melhor e se aproveitou da sua força na direita. Os voleios e a esquerda, porém, era o ponto fraco que a brasileira até tentou explorar, mas sem o sucesso suficiente.
Agora, Carol Meligeni vai em busca da medalha de bronze. Pódio este que o Brasil não alcança desde Havana 1991, com Andrea Vieira. Final de Pan as brasileiras não alcançam desde Indianápolis 1987, quando Gisele Miró foi ouro. Patrícia Medrado foi prata em 1975 e Maria Esther Bueno foi campeão do Pan de São Paulo em 1963.