Carros abandonados trazem diversos riscos à população

Deparar-se com carros abandonados nas ruas e avenidas da capital baiana tem se tornado uma cena cada dia mais comum. Sujos, velhos e caindo aos pedaços, eles atrapalham o trânsito, ocupam calçadas e estacionamentos da cidade, além de trazerem riscos à saúde e à integridade física das pessoas, servindo de esconderijo para marginais e abrigo de ratos e do mosquito da dengue.
Moradores do bairro do Garcia não sabem mais a quem recorrer para que os restos mortais de um veículo sem placa, modelo Fiat-Bravo, deixado no segundo arco do Viaduto do Garcia, seja retirado do local. “Já ligamos para polícia, prefeitura, Transalvador (Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador) e até hoje ninguém resolveu nada”, conta um comerciante, que preferiu não se identificar. “Eles (os traficantes) escondem drogas dentro do carro”, denuncia.
De acordo com populares, o automóvel teria aparecido no local há cerca de um ano e, conforme os relatos, o veículo foi deixado na Rua dos Artistas e posteriormente levado para a Rua Predialiano Pita, onde está até hoje. “Quando eu chego da faculdade, à noite, passo pelo local apreensiva, sempre acho que pode ter alguém escondido dentro do carro”, conta Milena Morais de Souza, 27.
Na Avenida Ogunjá, no estacionamento do Conjunto Habitacional Viva Melhor, dois veículos na cor vermelha – um Gol, JNK-5146 e um Kia-Sephia, HZE-6988, ambos com placa de Salvador – têm servido como abrigo de ratos e motivo de preocupação para moradores da região. “Quando começar a chover, esses carros vão virar focos de dengue”, diz a dona de casa Marinalva Ferreira, 45.
O mecânico Valmir Sousa de Oliveira, 56, explica que o proprietário do Gol não tem condições de consertar o carro, que está à venda. “Quem vai querer carro velho, com todas as facilidades para se comprar um zero?”, lembra, ressaltando que os carros têm donos e não estão abandonados. “O Sephia está parado por falta de peças, pois é um carro importado e que já não se fabrica mais”, diz.
É difícil transitar pelas ruas da cidade e não encontrar pelo menos um carro com sinais de abandono. Em um só local a reportagem da Tribuna flagrou três veículos com pneus baixos, vidros quebrados e peças retiradas.
Estacionados do lado direito da pista, em frente à Igreja Batista da Graça, os veículos – uma Marajó, branca, placa JNG-5310, um Escort, verde, JNK-5525 e um Pálio, azul, JLF-9690, todos de Salvador – invadem os espaços que seriam destinados à parada e estacionamento rotativo, além de estreitarem a pista e comprometerem a mobilidade no local.
Carcaças amontoadas
No reduto de oficinas mecânicas, a Avenida Vasco da Gama, são muitos os carros que mais se aproximam de carcaças, devido ao péssimo estado de conservação e aos estragos apresentados.
Algumas peças são aproveitadas e as carrocerias acabam abandonadas, nas ruas e calçadas. Após o supermercado Extra, diversos veículos se amontoam no acostamento. A exemplo do modelo antigo, Lada vermelho, JKU-9938 e um Astra da mesma cor, MQE- 7640.
Um Puma velho e sem nenhuma condição de tráfego é motivo de constantes desentendimentos, entre moradores do Condomínio João Machado Fontes, em Brotas. O carro ocupa a vaga de outros moradores e serve como ninho de rato e foco de insetos. O veículo está, há cerca de três meses, estacionado em frente à Escola Municipal Cremilda Andrade. “É um perigo para os alunos da escola, afinal rato traz doenças”, lembra a dona de casa Ana Silva, 62.
A reportagem tentou obter maiores esclarecimentos com a Transalvador e Secretária de Serviços Públicos (Sesp) – responsável pela remoção das carcaças, abandonas nas ruas da cidade – mas, por se tratar de um domingo, as assessorias de imprensa não retornaram o contato.
Autor postado em 14/03/2011
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