Salvador está livre do risco de racionamento de água

Com as dificuldades para distribuição de água potável aos moradores da cidade mais populosa do Brasil, outras regiões voltam às atenções para um dos recursos mais preciosos do mundo, e que muitos ainda têm dificuldade de reconhecer. Mesmo assim, Salvador pode respirar aliviada, ao menos pelas próximas três décadas, graças a fatores operacionais e ambientais que têm favorecido ao abastecimento de água, evitando a possibilidade de um racionamento, como tem ocorrido na região sudeste.
De acordo com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa), existe, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a disponibilidade de utilização de 54 mil litros por segundo (l/s) para um horizonte acima do ano 2050. Ou seja, ao menos em curto prazo, a capital baiana não deve enfrentar uma crise hídrica que a leve para medidas extremas para evitar que o recurso acabe.
Os principais mananciais para abastecimento de água tratada na Grande Salvador são os rios Ipitanga, Joanes, Paraguaçu e Jacuípe, que atendem as barragens Ipitanga I e II, Joanes I e II, a barragem de Pedra do Cavalo e a barragem de Santa Helena. Os níveis desses reservatórios, segundo a Embasa, estão dentro do previsto para essa época do ano, e a empresa continua ofertando água para atender, inclusive, a alta demanda durante o verão – época em que a distribuição de água é 20% maior, em relação ao restante do ano.
Além desses, a capital possui um regime de chuvas que garante a manutenção dos mananciais e a distribuição de água regular. Por outro lado, o crescimento desordenado da população nos municípios da RMS ainda é um desafio. A distribuição de água nestes locais é irregular devido ao alto consumo de ligações clandestinas. Em Salvador, este problema surge acompanhado da existência de imóveis com dois, três, ou mais pavimentos sem instalações hidráulicas internas adequadas.
No último anos, a Embasa também identificou cerca de mil lava a jatos irregulares na capital que causam um desperdício de água em torno de 51 milhões de litros por mês. De acordo com a empresa, esta quantidade de água seria suficiente para abastecer 5,1 mil famílias de cinco pessoas cada durante o mesmo período.
Cabe à empresa a identificação, retirada e regularização das ligações indevidas – ações que, por si só, não resolvem o problema, pois esta não tem poder de polícia e os fraudadores, muitas vezes, restabelecem a ligação clandestina. A autuação destas irregularidades é de responsabilidade da Prefeitura de Salvador.
Mesmo livre de uma crise, todo gasto deve evitar o desperdício
Embora, a abundância de água dos reservatórios na Bahia, não é justificativa para deixar um bem tão precioso ser utilizado de forma indevida, e numa quantidade maior do que o necessário. Do total do volume consumido pelas residências, 15% a 30% é desperdiçado, o que pode elevar a conta de água em até 40%. A Embasa explicou que fornece aproximadamente 13,6 mil litros de água por ligação por mês em Salvador. Em regiões de ocupação irregular intensa – como os bairros de Sussuarana, Calabetão, Mata Escura e Sete de Abril, por exemplo – são distribuídos mais do que o dobro (cerca de 34 mil litros de água por ligação por mês), fato que evidencia o elevado desperdício provocado pelas ligações irregulares.
Neste sentido, praticar a economia e evitar o desperdício nunca é um exagero. Segundo o coordenador de monitoramento do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Eduardo Topázio, medidas simples como fechar bem as torneiras, e usar a água conscientemente para atividades que são comuns ao dia a dia (tomar banho, escovar os dentes, lavar louça e calçada), já é um bom começo.
“Economizar a água faz parte de um conceito moral e ético. Não é uma questão financeira. Por isso, as medidas que tem como fim preservar essa grande quantidade dos recursos hídricos que temos a nossa disposição, é para que esta ‘abundância’ seja preservada”, explicou Topázio.
Outras medidas envolvem a orientação ao cidadão através de programas educativos, e a preservação das matas no entorno dos mananciais – iniciativa que, muitas vezes é compreendida equivocadamente como maneira de preservar apenas a fauna e a flora do ambiente, sem levar em conta o recurso hídrico ali presente.
Da mesma forma, o coordenador de monitoramento destacou a importância de reuso da água – técnica pouco utilizada no Brasil, mas que já faz parte da rotina de países localizados em regiões com problemas crônicos de seca, a exemplo de Israel e determinadas áreas da América do Norte.
“A depender da forma como se faz essa reutilização, é possível utilizar a água para fins tão diversos como a própria limpeza das ruas, para a jardinagem, e, até mesmo para a irrigação de áreas rurais, a depender do produto cultivado”, argumentou ele, ressaltando a importância desse método para áreas como o semiárido, que sofre frequentemente com a seca, por conta dos longos períodos de estiagem.
Com as dificuldades para distribuição de água potável aos moradores da cidade mais populosa do Brasil, outras regiões voltam às atenções para um dos recursos mais preciosos do mundo, e que muitos ainda têm dificuldade de reconhecer. Mesmo assim, Salvador pode respirar aliviada, ao menos pelas próximas três décadas, graças a fatores operacionais e ambientais que têm favorecido ao abastecimento de água, evitando a possibilidade de um racionamento, como tem ocorrido na região sudeste.
De acordo com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa), existe, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a disponibilidade de utilização de 54 mil litros por segundo (l/s) para um horizonte acima do ano 2050. Ou seja, ao menos em curto prazo, a capital baiana não deve enfrentar uma crise hídrica que a leve para medidas extremas para evitar que o recurso acabe.
Os principais mananciais para abastecimento de água tratada na Grande Salvador são os rios Ipitanga, Joanes, Paraguaçu e Jacuípe, que atendem as barragens Ipitanga I e II, Joanes I e II, a barragem de Pedra do Cavalo e a barragem de Santa Helena. Os níveis desses reservatórios, segundo a Embasa, estão dentro do previsto para essa época do ano, e a empresa continua ofertando água para atender, inclusive, a alta demanda durante o verão – época em que a distribuição de água é 20% maior, em relação ao restante do ano.
Além desses, a capital possui um regime de chuvas que garante a manutenção dos mananciais e a distribuição de água regular. Por outro lado, o crescimento desordenado da população nos municípios da RMS ainda é um desafio. A distribuição de água nestes locais é irregular devido ao alto consumo de ligações clandestinas. Em Salvador, este problema surge acompanhado da existência de imóveis com dois, três, ou mais pavimentos sem instalações hidráulicas internas adequadas.
No último anos, a Embasa também identificou cerca de mil lava a jatos irregulares na capital que causam um desperdício de água em torno de 51 milhões de litros por mês. De acordo com a empresa, esta quantidade de água seria suficiente para abastecer 5,1 mil famílias de cinco pessoas cada durante o mesmo período.
Cabe à empresa a identificação, retirada e regularização das ligações indevidas – ações que, por si só, não resolvem o problema, pois esta não tem poder de polícia e os fraudadores, muitas vezes, restabelecem a ligação clandestina. A autuação destas irregularidades é de responsabilidade da Prefeitura de Salvador.
Mesmo livre de uma crise, todo gasto deve evitar o desperdício
Embora, a abundância de água dos reservatórios na Bahia, não é justificativa para deixar um bem tão precioso ser utilizado de forma indevida, e numa quantidade maior do que o necessário. Do total do volume consumido pelas residências, 15% a 30% é desperdiçado, o que pode elevar a conta de água em até 40%. A Embasa explicou que fornece aproximadamente 13,6 mil litros de água por ligação por mês em Salvador. Em regiões de ocupação irregular intensa – como os bairros de Sussuarana, Calabetão, Mata Escura e Sete de Abril, por exemplo – são distribuídos mais do que o dobro (cerca de 34 mil litros de água por ligação por mês), fato que evidencia o elevado desperdício provocado pelas ligações irregulares.
Neste sentido, praticar a economia e evitar o desperdício nunca é um exagero. Segundo o coordenador de monitoramento do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Eduardo Topázio, medidas simples como fechar bem as torneiras, e usar a água conscientemente para atividades que são comuns ao dia a dia (tomar banho, escovar os dentes, lavar louça e calçada), já é um bom começo.
“Economizar a água faz parte de um conceito moral e ético. Não é uma questão financeira. Por isso, as medidas que tem como fim preservar essa grande quantidade dos recursos hídricos que temos a nossa disposição, é para que esta ‘abundância’ seja preservada”, explicou Topázio.
Outras medidas envolvem a orientação ao cidadão através de programas educativos, e a preservação das matas no entorno dos mananciais – iniciativa que, muitas vezes é compreendida equivocadamente como maneira de preservar apenas a fauna e a flora do ambiente, sem levar em conta o recurso hídrico ali presente.
Da mesma forma, o coordenador de monitoramento destacou a importância de reuso da água – técnica pouco utilizada no Brasil, mas que já faz parte da rotina de países localizados em regiões com problemas crônicos de seca, a exemplo de Israel e determinadas áreas da América do Norte.
“A depender da forma como se faz essa reutilização, é possível utilizar a água para fins tão diversos como a própria limpeza das ruas, para a jardinagem, e, até mesmo para a irrigação de áreas rurais, a depender do produto cultivado”, argumentou ele, ressaltando a importância desse método para áreas como o semiárido, que sofre frequentemente com a seca, por conta dos longos períodos de estiagem.
Autor postado em 28/01/2015
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