Riqueza do Centro Histórico de Salvador impressiona turistas

O mês de dezembro marcou também o início da alta estação em Salvador. Com o calor e temperaturas que giram em torno dos 32ºC, a capital baiana já começa a reviver, durante os próximos meses, o papel que já se acostumou a interpretar há várias décadas, como um dos principais destinos turísticos do Brasil, recebendo visitantes de todos os estados do país, e dos mais diversos países do mundo.
E numa típica manhã pelo Centro Histórico já é possível notar a presença de outros sotaques e nacionalidades que variam os sons e as cores do já multifacetado Pelourinho. “Esta é a nossa primeira vez aqui e é um desejo que tento realizar há alguns anos. Como hoje está sendo meu primeiro dia, a impressão é apenas a melhor possível sobre este lugar tão colorido”, descreveu o turista francês Jean Albertini.
Uma percepção compartilhada pela inglesa Lauren Hansfield, ao descrever um pouco de sua chegada à Baía de Todos-os-Santos. “Assim que pudemos ver um pouco da arquitetura, durante a chegada do nosso cruzeiro, notamos que era uma vista espetacular, e diferente de tudo que já estava acostumada a presenciar. As pessoas daqui também têm se mostrado muito felizes e hospitaleiras”, relatou, enquanto tirava uma foto da roda de capoeira, que se apresentava no Largo do Terreiro de Jesus.
Enquanto isso, os visitantes de estados vizinhos já vêm para o local mais preparados para ver as belezas do Centro Histórico, como o mineiro José Messias. “É um lugar muito bonito e que merece ser preservado. A única coisa que me choca, realmente, é o contraste com a situação de miséria da população que a gente consegue perceber, mesmo em um lugar tão bonito”, ele comenta.
O mineiro de Betim ainda comenta que desde quando chegou tem tomado todos os cuidados necessários para fazer de sua viagem um prazer, e não uma dor de cabeça. “Já me recomendaram a não andar muito distraído por aqui, principalmente com máquina fotográfica, celular. Mas, até o momento não tivemos nenhum incômodo, nem mesmo com os vendedores ambulantes. Algo que amigos meus, que já visitaram Salvador, haviam relatado”.
Messias refere-se a atitudes de ambulantes que tentam, a todo custo, vender souvenirs, como colares, pulseiras e fitas de lembrança do Senhor do Bonfim, insistindo, mesmo quando seu cliente já deixou claro não ter a intenção de comprar.
“Presenciei isso ontem, próximo ao Elevador Lacerda, quando um homem me abordou com alguns colares artesanais, inclusive acompanhado meu passo, até que eu chegasse ao Elevador, com um tom um pouco invasivo, querendo colocar o colar em mim”, relatou a capixaba Luciana Santana.
Porém, para ela que está na Bahia pela segunda vez, este foi o máximo de qualquer inconveniência que sofreu. “Não tenho problemas para lidar com medidas de segurança, até porque o lugar de onde venho também é violento. Então apenas repasso os cuidados”.
A Bahia é um dos destinos mais procurados do país, com a visita de 11 milhões de turistas por ano. Segundo a Bahiatursa, Salvador recebe anualmente cerca de 2 milhões de viajantes e o litoral norte do estado, cerca de 600 mil pessoas.
A época que mais movimenta o setor turístico continua sendo o Carnaval soteropolitano. Na última edição da festa, cerca de 550 mil turistas (onde estão inclusos pessoas de outros estados, outros países, e até mesmo do interior baiano) haviam movimentado aproximadamente R$ 1 bilhão, segundo estimativa da Secretaria de Turismo do Estado.
No ano de 2014, o turismo acabou sendo também um dos setores da economia de maior destaque do estado por conta da realização da Copa do Mundo no Brasil, tendo Salvador como uma das sedes do evento. Durante a realização do mundial de futebol, a capital baiana recebeu visitantes de 20 países.
Por mar
Começam a desembarcar na capital baiana os visitantes que chegam por meio de cruzeiros marítimos. Um total de 68 navios deve atracar no Porto de Salvador, localizado na Avenida da França, até o final do Verão, de acordo com a previsão da Secretaria do Turismo do Estado (Setur). A expectativa do órgão é que o turismo marítimo traga à cidade cerca 180 mil pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, até março do próximo ano.
Entre os visitantes, está a família da vendedora da cidade de Maringá, no Paraná, Juliana Recco, que visitou Salvador pela primeira vez nesta quarta-feira (10). Acompanhada do marido, Elias Bastos, e da filha Giordana, de 6 anos, a paranaense falou sobre a experiência de viajar de navio e a escolha do destino.
Segundo Juliana, há cinco anos ele tinha feito outra viagem semelhante, mas como a filha era muito pequena, acabou não participando. “Desta vez, veio a família inteira e escolhemos como destino Salvador, que tínhamos o sonho de conhecer. Viajar assim é muito mais confortável para todos, com muita coisa para fazer e atividades para todos os gostos”.
A família passeou pelos principais pontos turísticos de Salvador, como a Igreja do Bonfim, o Pelourinho e o Farol da Barra, acompanhada de perto pelo guia de turismo João Luz. Engenheiro agrônomo por formação, há cerca de dez anos João abandonou a profissão para trabalhar com receptivo e agora faz as visitas guiadas para os turistas de navios que atracam no porto. “Descobri o interesse pela história da minha cidade e hoje tenho muito prazer em receber pessoas na minha terra e colaborar com o turismo cultural, contextualizando os nossos atrativos e passando conhecimento também”.
Segundo o secretário estadual do Turismo, Pedro Galvão, pessoas como João se beneficiam diretamente com a chegada desse público.
“Os turistas que chegam em navios podem não utilizar a rede hoteleira, mas movimentam a economia baiana de maneira significativa, uma vez que visitam nossos principais pontos turísticos guiados por pessoal credenciado e qualificado, fazem compras e almoçam comida típica nos restaurantes da cidade, contribuindo para o turismo como um todo”.
O secretário considera que a chegada de turistas via navios cria oportunidades para outros retornos à Bahia.
“De cruzeiros, normalmente essas pessoas passam um ou dois dias na capital, mas o que temos percebido é que elas se interessam em voltar, em outra ocasião, para ficar mais dias em Salvador e também conhecer destinos no interior do estado, como a Chapada Diamantina, a região sul, nossas praias e tantos outros lugares que temos a oferecer”.
Autor postado em 11/12/2014
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