Jaques Wagner diz que "lua de mel" com ACM Neto "foi um exagero"

De fato azedou a relação entre o governador Jaques Wagner (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM), situação notória nos últimos dias. Mas dessa vez foi o próprio governador que descartou a chamada “lua de mel” que existia entre os dois adversários, articuladores políticos das eleições deste ano, e fez questão de demonstrar os limites políticos entre ambos. A afirmação foi feita durante visita à
“A lua e mel foi exagero. A gente não é apaixonado um pelo outro. Temos pensamentos diferentes. Historicamente, estamos em locais diferentes, projetos diferentes. Tivemos respeito administrativo e maturidade democrática. Nós dois ganhamos pela legitimidade do voto. Eu não fui eleito para repetir o que os caras faziam. Antigamente nem convidado para inaugurações os adversários eram, e hoje abrimos as portas e chamamos para o diálogo”, lembrou.
Questionado se os fatores da Entidade Metropolitana e a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal) foram cruciais para o afastamento maior entre os dois, o petista descartou e ressaltou a Arsal. “Quem gerou o mal-estar não foi a Entidade, mas a modelagem da licitação e a pretensão dele de querer tomar conta da Embasa. Foi ele quem criou e rompeu unilateralmente o contrato de delegação para o Estado de fiscalização de serviços da Embasa. O prefeito me enviou uma carta pedindo 0.6% do faturamento da Embasa para sustentação do órgão criado por ele, e eu nunca fiz palanque com isso”.
Quando o assunto foi direcionado à vertente da licitação do transporte de Salvador, o governador, na conversa, enfatizou que ajudou a gestão de ACM Neto ao auxiliá-lo a desafogar o orçamento. “Peguei a cabeça de burro enterrada do metrô e do trem do subúrbio e tocamos pra frente. Eu dei liberdade a ele [ACM Neto], que estava com o orçamento estourado”, disse.
Sobre a carta, o petista negou que tenha sido enviada nas vésperas do processo licitatório e acusou o prefeito de desconhecer os fatos em torno dos acordos de mobilidade entre prefeitura e governo.
“Eu mandei uma carta técnica a ele alertando e pedindo diálogo sobre a integração do metrô. Eu mandei uma semana antes da divulgação, não foi na véspera. Eu queriaum espaço maior para dialogar que não me foi dado (...). Não mandei para imprensa. Ele, sim, que foi fazer palanque”, acusou.
“Assumir o metrô era plano meu desde os tempos do ex-prefeito João Henrique (PSL), mas as coisas tinham andado, então não penso de hoje. Eu propus a criação de Comissão de Mobilidade paritária entre os dois poderes. Ela foi constituída, trabalhou e assinou, mas o prefeito atualmente não reconhece as coisas, não sabe das coisas. Não estou fazendo maluquice. Tínhamos a Comissão para discussão e ela virou pó quando assumiu a prefeitura. Ou seja, ele amputou uma comissão. Edvaldo Brito (PTB) pode historiar isso tudo”, completou.
Sobre as recentes informações de que foi encontrada uma série de irregularidades pela Sucom e o metrô está em operação sem licenciamentos necessários, questionado se acredita, se teme que as operações podem ser paralisadas, o governador negou.
“O bom senso não recomenda. Se ele [ACM Neto] quiser fazer, assuma a responsabilidade perante o povo, pois ele está disposto a atrapalhar o metrô. Parece que além de não fazer, quer atrapalhar”, indicou.
Autor postado em 25/07/2014
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