×

Degradação do Mercado Popular em Salvador é um caso de saúde pública


Degradação do Mercado Popular em Salvador é um caso de saúde pública

De longe é possível sentir um forte odor, tanto de vísceras de peixes e frutos do mar, quanto de esgoto, misturado com urina. O Mercado Popular, localizado na região de Água de Meninos, na Cidade Baixa, necessita de reformas com urgência. O lixo acumulado e espalhado pelo chão atrai moscas, ratos e baratas e espanta a freguesia. 

Os banheiros estão quebrados, os bueiros da rede de  esgoto entupidos e quando chove o local vira um rio poluído. Além disso, os permissionários e clientes precisam driblar para não pisarem e não serem acertados pelas fezes dos pombos que infestaram o local e ficam instalados dentro do mercado, em cima das grades de sustentação do teto. 

São mais de 70 boxes que funcionam dentro do mercado com vendas no varejo e atacado. “Pelo local vender especificamente peixes e frutos do mar, o lixo precisa ser coletado e descartado de maneira correta, para não acumular moscas e outros insetos. Antes tínhamos a câmera, onde esse lixo era armazenado e não existia esse forte odor. Porém, a câmera se danificou, está quebrada, e o lixo fica espalhado pelo local e não é recolhido de forma correta”, disse um permissionário que preferiu não se identificar.

Fora isso, as aberturas das laterais do mercado facilitam a entrada de pombos e o ambiente está infestado de aves. Em vários boxes, os donos colocam jornais em cima dos balcões e cobrem os frutos do mar para são serem atados pelas fezes dos animais.

“Está cada vez mais complicado trabalhar aqui. Pedimos uma reforma para a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) há um ano e meio, mas até agora não tivemos nenhuma resposta. Devido a essa degradação, os clientes estão deixando de vir comprar aqui e o movimento tem caído. É muita sujeira e muito lixo descartado pelo chão”, confessou outro permissionário.

Uma mulher que fazia compras de peixes disse que é cliente do mercado desde quando foi inaugurado e também se queixou da sujeira. “Já cansei de presenciar ratos e baratas correndo aqui em meio à sujeira. Acho que deveria ter uma fiscalização mais rígida da Prefeitura e dos órgãos da Vigilância Sanitária. Gosto de comprar peixes frescos e camarões, mas, realmente, precisa ser reformada e melhorada essa estrutura, para que possa oferecer um ambiente limpo”, ressaltou a professora Sara Freitas, 46 anos.

Restaurantes fecham as portas

O Mercado Popular foi inaugurado em 2003 e somente em 2007 passou por uma reforma superficial. “Aqui era um local prazeroso de visitar. Pessoas da alta sociedade frequentavam o mercado e escolhiam os frutos do mar fresquinhos. A atuação da Prefeitura era muito boa e a limpeza e as condições de higiene eram imprescindíveis. Desde o mandato do prefeito João Henrique que começou a deixar de lado a fiscalização e as condições de limpeza foi se degradando”, ressaltou uma permissionária, que temendo represália, preferiu não se identificar.

Devido às condições de higiene, segundo os trabalhadores do mercado, dois grandes restaurantes deixaram de funcionar há quase dois anos. Eles disseram que várias autoridades políticas marcavam encontros nos restaurantes para discutir os feitos políticos. “Já foi muito frequentado pela alta corte política, inclusive, pelo falecido ACM, e, hoje, as pessoas estão se limitando em comprar aqui por conta de toda essa degradação. Quem vai querer investir em um restaurante aqui com essas condições de higiene e essa fedentina?” perguntava a permissionária.

Cada pessoa permissionária paga um preço mensal que varia de R$ 60 ou mais de R$ 100, dependendo do tamanho do box. Ontem pela manhã, só tinha um rapaz fazendo a limpeza. Durante a semana, segundo informações dos vendedores, outros dois ajudam no asseio, mas, faltam contêineres para armazenar o lixo de forma adequada.

“É preciso que a Prefeitura fiscalize esse local. Por falta de segurança, os contêineres foram roubados e a câmera danificada e depredada. Esse mercado faz parte histórica de nossa cidade e não é possível que os governantes sejam omissos e deixem chegar a esse ponto”, contestou um dono de box.

Por todos os lados é nítida a situação de degradação. Paredes com infiltração e goteiras pingando o tempo todo. As fiações estão expostas e as grades ao lado do mercado, quebradas. Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a secretária Rosema Maluf, da Semop, mas, pelo fato de ser domingo, não houve resposta às ligações.

Autor postado em 20/05/2014


Comentários

N�o h� coment�rios para esse Artigo!

Mande uma Resposta

Arquivos

  • Março de 2024
  • Agosto de 2023
  • Maio de 2023
  • Abril de 2023
  • Novembro de 2022
  • Outubro de 2022
  • Dezembro de 2021
  • Novembro de 2021
  • Agosto de 2021
  • Julho de 2021
  • Junho de 2021
  • Maio de 2021
  • Abril de 2021
  • Março de 2021
  • Outubro de 2020
  • Setembro de 2020
  • Agosto de 2020
  • Julho de 2020
  • Junho de 2020
  • Maio de 2020
  • Abril de 2020
  • Março de 2020
  • Fevereiro de 2020
  • Janeiro de 2020
  • Dezembro de 2019
  • Novembro de 2019
  • Outubro de 2019
  • Setembro de 2019
  • Agosto de 2019
  • Julho de 2019
  • Junho de 2019
  • Maio de 2019
  • Abril de 2019
  • Março de 2019
  • Fevereiro de 2019
  • Janeiro de 2019
  • Dezembro de 2018
  • Novembro de 2018
  • Outubro de 2018
  • Setembro de 2018
  • Agosto de 2018
  • Julho de 2018
  • Junho de 2018
  • Maio de 2018
  • Abril de 2018
  • Março de 2018
  • Fevereiro de 2018
  • Janeiro de 2018
  • Dezembro de 2017
  • Novembro de 2017
  • Outubro de 2017
  • Setembro de 2017
  • Agosto de 2017
  • Julho de 2017
  • Junho de 2017
  • Maio de 2017
  • Abril de 2017
  • Março de 2017
  • Fevereiro de 2017
  • Janeiro de 2017
  • Dezembro de 2016
  • Novembro de 2016
  • Outubro de 2016
  • Setembro de 2016
  • Agosto de 2016
  • Julho de 2016
  • Junho de 2016
  • Maio de 2016
  • Abril de 2016
  • Março de 2016
  • Fevereiro de 2016
  • Janeiro de 2016
  • Dezembro de 2015
  • Novembro de 2015
  • Outubro de 2015
  • Setembro de 2015
  • Agosto de 2015
  • Julho de 2015
  • Junho de 2015
  • Maio de 2015
  • Abril de 2015
  • Março de 2015
  • Fevereiro de 2015
  • Janeiro de 2015
  • Dezembro de 2014
  • Novembro de 2014
  • Outubro de 2014
  • Setembro de 2014
  • Agosto de 2014
  • Julho de 2014
  • Junho de 2014
  • Maio de 2014
  • Abril de 2014
  • Março de 2014
  • Fevereiro de 2014
  • Janeiro de 2014
  • Dezembro de 2013
  • Novembro de 2013
  • Outubro de 2013
  • Setembro de 2013
  • Agosto de 2013
  • Julho de 2013
  • Junho de 2013
  • Maio de 2013
  • Abril de 2013
  • Março de 2013
  • Fevereiro de 2013
  • Janeiro de 2013
  • Dezembro de 2012
  • Novembro de 2012
  • Outubro de 2012
  • Setembro de 2012
  • Agosto de 2012
  • Julho de 2012
  • Junho de 2012
  • Maio de 2012
  • Abril de 2012
  • Março de 2012
  • Fevereiro de 2012
  • Dezembro de 2011
  • Novembro de 2011
  • Outubro de 2011
  • Setembro de 2011
  • Agosto de 2011
  • Julho de 2011
  • Junho de 2011
  • Maio de 2011
  • Abril de 2011
  • Março de 2011
  • Fevereiro de 2011
  • Janeiro de 2011
  • Dezembro de 2010
  • Novembro de 2010
  • Setembro de 2010
  • Abril de 2010
  • Janeiro de 2006
  • Dezembro de 0
  • Publicidade