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Salvador: cidade dos automóveis


Salvador: cidade dos automóveis

Uma cidade que surgiu há 462 anos, sem qualquer planejamento, à beira de uma baía e do mar aberto, entre morros e vales, não poderia ter organização alguma. Assim é Salvador de hoje, século XXI, com sérios problemas de infraestrutura viária, urbana e - o mais grave de todos: os meios de transporte, que terminam com nova denominação: mobilidade urbana.

Com 707 km² de área, a capital baiana não tem como crescer mais. Os limites com os municípios de Simões Filho e Camaçari estão quase ultrapassados.  Diariamente, baianos e visitantes, pedestres, motoristas, ciclistas e usuários de outros tipos de transportes têm uma tarefa das mais difíceis: o deslocamento pelas vias de Salvador.  Nas ruas estreitas ou nas largas avenidas de vale, o cidadão enfrenta problemas que parecem não ter solução.

Além da frota de mais de 730 mil veículos, que cresce a cada dia, sem contar os carros de visitantes de municípios do interior e de outros estados, o soteropolitano encara não só os tradicionais e cansativos  congestionamentos, como também outros obstáculos: caminhões parados no meio da rua, buracos, falta de sinalização, semáforos com defeito, pedestres no meio das pistas, animais, bicicletas, motos, milhares delas, e vendedores  ambulantes, entre outros.

Depois de horas no trajeto ao seu destino final, o baiano vai constatar que não existem mais espaços para estacionar.  As calçadas há muito viraram  estacionamento. A faixa da direita está sempre ocupada e a da esquerda  também. Não há vagas nos bairros mais movimentados. Os estacionamentos  pagos estão quase sempre lotados e cobram caro pela hora de permanência.

Não existe transporte de massa eficiente e, por causa disso, o uso do  automóvel, na maioria das vezes com apenas o condutor, é a melhor opção mesmo. A cada dia as ruas parecem mais e mais cheias de carros.  Os  principais gargalos, como as regiões do Iguatemi, Avenida ACM, Paralela, Rótula do Abacaxi, Avenida Tancredo Neves, devem ser evitadas a qualquer  hora do dia.

O município não ativou o metrô de apenas seis quilômetros e anuncia  projetos de duplicações e abertura de novas vias, sem fixar datas. Todos acabam pagando caro por isso.  Prejuízos com atrasos, estresse, além da  constatação, de que não há solução aparente para o problema. Pelo menos até  agora, a tendência é piorar a cada dia, principalmente diante de algum  protesto ou manifestação de comunidades.

Até a hora em que parar tudo de vez !!!

Por Marinaldo Mira

[email protected]

Autor postado em 26/12/2011


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