Torcedor baiano não esquece a goleada de 7 a 0 sofrida pelo Tricolor em 2003, mas o elenco descarta o revanchismo
12 de dezembro de 2003. 46ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. Para o Cruzeiro era um jogo de festa. Campeão de forma antecipada, a Raposa veio para Salvador a passeio, mas quem pareceu estar em campo por turismo foi o Bahia, que precisava vencer para escapar do rebaixamento para a Série B.
O time baiano foi goleado por 7 a 0 em plena Fonte Nova. Para o torcedor cruzeirense, a goleada foi apenas mais um expressivo resultado daquele time que encantou o país, mas, para o torcedor do Bahia, aquela partida ficou marcada como símbolo da derrocada tricolor. Após o rebaixamento daquele ano, o Bahia só fez cair, até chegar ao fundo do poço na Série C. Depois de anos sombrios, o Tricolor renasceu das cinzas e, em 2011, voltou a disputar a Série A, mas o dia 12 de dezembro de 2003 jamais será apagado da memória do torcedor. O Cruzeiro tornou-se uma espécie de rival eterno.
Após oito anos, Bahia e Cruzeiro voltam a se enfrentar em Salvador nesta quarta-feira. O palco será o estádio de Pituaçu, onde o Cruzeiro vai fazer a sua primeira partida na moderna arena baiana. A situação do time mineiro na tabela é preocupante. Sem vencer há 10 jogos, o Cruzeiro é o primeiro clube fora da zona de rebaixamento.
Para o torcedor do Bahia, contribuir para o drama cruzeirense é praticamente um sonho de consumo. A partida é encarada pela torcida como uma revanche de oito anos atrás. Além disso, o Tricolor pode abrir sete pontos de distância do time azul de Minas Gerais. Porém, não é desta forma que pensam os jogadores. Sem ligação com a história de 2003, o atual elenco tricolor dispensa o clima.
- É bom descartar isso de vingança. Não existe nenhum tipo de sentimento de vingança. O nosso objetivo é vencer independente se vai ser de um, dois, três ou sete gols – disse o volante Fabinho.
Outro que prefere deixar a história de lado é o atacante Souza. O artilheiro do Bahia no campeonato também não quer saber de revanche. O atacante diz que espera vida dura, mas quer vencer.
- Sabemos que temos condições de fazer uma grande partida e vencer a equipe do Cruzeiro. Será um jogo difícil. Independente de um, dois ou três gols. Na situação em que estamos, até meio gol está valendo – disse.
Com o pensamento de revanche nas arquibancadas e o foco na vitória dentro de campo, o Bahia enfrenta o Cruzeiro nesta quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), no estádio de Pituaçu, em Salvador, pela 29ª rodada da Série A.