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Porto da Barra invadido pelo comércio informal


Porto da Barra invadido pelo comércio informal

No domingo no Porto da Barra, o calçadão, que deverá ser ampliado num futuro breve, é do comércio informal. Praia, sol e cerveja gelada também favorecem o consumo de cachorro-quente, acarajé, abará e não só. Tem também roupas, sandálias, artesanato, produtos piratas e até brinquedos.


Enquanto vendedores ocupam os espaços colados à balaustrada, baianos e turistas transitam de um lado a outro, muitas vezes buscando uma área livre para apreciar a beira do mar.

“A prefeitura deveria tomar uma providencia com relação a isso urgentemente”, diz Marco Polo dos Santos, 58, tradicional vendedor de coco nascido e criado no Porto da Barra. “O calçadão também está cheio de ladrão. É uma coisa muito triste. Há quatro dias assaltaram um turista no pé da minha barraca.
 
Tomaram o celular e a bolsa com passagens de avião e todos os documentos. Essa expansão do comércio informal atrai os ladrões, que encostam nos vendedores, compram uma cerveja e ficam de olho em quem passa com um objeto de valor para agir. É igual a saidinha bancária. O poder público preciso limpar esse calçadão todo”, sugeriu Marco Polo.

Com o isopor repleto de cervejas e refrigerantes, a vendora ambulante Jéssica Pereira, 25,  chegou ontem no Porto da Barra por volta do meio-dia, com disposição para trabalhar até as 22h. “O movimnto está bom. Gostaria é de legalizar a minha permanência aqui, mas tá banido para todo mundo.

Estou correndo atrás para legalizar o meu trabalho, que me garante o pão de cada dia”, disse. Para o aposentado Robério Carvalho, 68, a presença de inúmeros vendedores ambulantes no calçadão do Porto tem uma explicação: “A vida hoje está muito difícil e cada um se vira como pode. Eu não sou contra não. Atrapalha o vai e vem das pessoas, mas o que é que nós vamos fazer?”, questionou.

Há, no entanto, quem trabalhe no calçadão do Porto da Barra devidamente autorizado: “Eu tenho a minha licença e não acho correto que quem não tenha venha prá cá, ganhe o seu dinheiro e vá embora sem contribuir nem com a limpeza da área que ocupa”, declarou a baiana Neide Silva Santos, 38, há 18 anos na profissão, que paga cerca de R$ 170 por ano para poder armar o seu tabuleiro no local.

“Eu acho que esse serviço aqui poderia ser padronizado, com estilo de apresentação para o público, com as pessoas caracterizadas. Eu acho que daria uma noção mais bonita e mais limpa. Assim está descontraído, mas muito informal e poluído”, comentou a pedagoga gaúcha Carina Bride, 45, enquanto saboreava um acarajé.

Guerra de arraias

Distante 14 quilometros do Porto da Barra, numa área livre do aeroclube, a disputa por espaço ocorre no ar: no local acontece uma tradicional guerra de arraias, empinadas com entusiasmo por jovens e adultos amantes da prática que requer mãos firmes e olhos atentos no céu.
 
Este é, aliás, o passatempo preferido aos domingos pelo motorista de táxi André Ferreira dos Santos, 36, que não perde a oportunidade de ocupar o tempo empinando arraias, sob o olhar curioso do pequeno Júnior, de três anos. “Isso aqui é bom demais. Ninguém nos chateia e a brincadeira de cortar  arraias no ar me leva a passar o dia todo. É só alegria”, enfatizou.

Com ventos fortes e a construção de arquibancadas para uma competição de voley-bool de praia, a área onde se concentravam centenas de empinadores de arraias ontem não tinha tantos adeptos da brincadeira, mas mesmo assim, não faltaram belas pipas no ar.

“O perigo é quando eles correm para pegar uma arraia derrubada, por que se jogam na pista sem prestar atenção nos carros. Mas eu nunca vi nenhum acidente. Apenas um cliente, certa vez, teve o pescoço cortado pela linha temprada de uma arraia. Ele foi levado para emergência”, relatou a frentista Lilian Bastos de Matos, 30, do posto localizado defronte à Boca do Rio.

Espalhados por toda a parte, inclusive em algumas arquibancadas já erguidas no local, os empinadores de arraias de plantão desafiaram a força do vento e a ocupação do espaço por parte do equipamento do voley levantando o “brinquedo” e correndo atrás quando este despencava das alturas rumo a qualquer lugar.
 
“Eu já empino arraia aqui há oito anos. É um passatempo maravilhoso. A gente começa a brincadeira pela manhã e vamos até o final da tarde”, relatou André Batista da Costa, 14. “Hoje o vento atrapalhou um pouco, mas não tirou a nossa alegria de empinar. Já cortei umas 15 arraias no ar. É alegria pura e diversão. Não é cansativo e distrai a mente”, declarou o comerciário Ouvídio Santos de Jesus, 19, que já havia comprado 30 arraias por R$0,30 a unidade.           

Autor postado em 19/09/2011


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